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“Super Drags” diverte com temas sérios, mas não foge dos estereótipos

Publicado em 12/11/2018

A série animada “Super Drags” teve o seu lançamento na última sexta-feira (09), mas as polêmicas em torno da produção da Netflix começaram bem antes dos episódios da primeira temporada ter sido disponibilizados. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) pediu o seu cancelamento sob a justificativa de que o desenho trazia “linguagem iminente infantil” mesmo se tratando de um conteúdo adulto. Argumento, que recebeu apoio do Ministério Público e de outros meios conservadores, por isso, que antes mesmo do primeiro episódio começar, Vedete Champagne aparece lembrando que as cenas a seguir são indicadas para maiores de 16 anos.

O desenho conta a história de três jovens, que trabalham em uma loja de departamentos, que são escolhidos pela diva Vedete Champagne para se tornarem super-heroínas e proteger a comunidade LGBT das terríveis forças do mal.

Com muitas referências à cultura pop, a animação tem claro interesse de atingir ao público de internet ao citar memes famosos na rede mundial de computadores, como a grávida de Taubaté. A dinâmica das missões do trio de protagonistas segue o modelo de “Três Espiãs Demais”, que da mesma forma são convocadas para solucionar problemas que ameaçam a população arco-íris, armadas com artefatos mágicos e muita “lacração”.

Outras produções muito conhecidas pelo público infanto-juvenil nas décadas de 1990 e 2000 como Power Rangers são citadas no momento que elas se transformam em heroínas, o “hora de morfar” se transforma em “hora de montar” e no confronto final com a principal vilã Elza, elas ganham a versão “megazord” e o visual remete a Sailor Moon, trazendo identificação ao público através da nostalgia.

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Sem deixar o humor de lado, os episódios retratam temas comuns do universo LGBTQ+ como o “cura gay”, empoderadamento, representatividade, auto-estima, aceitação da família e os padrões de beleza tão cultuados por muitos usuários nos aplicativos de mensagens. Entretanto, o desenho não deixa de cair nos estereótipos que muitas vezes são colocados aos gays, com o excesso de piadas de cunho sexual. Evidenciado, logo no primeiro episódio no qual a Lemon deixa o vilão homofóbico impune por não resistir a sua beleza ou as menções de Scarlet ser dotado por ser negro.

No elenco de dubladoras, Silvetty Montilla se destaca por dar vida à personagem Vedete Champagne, chefe do grupo de heroínas, que já incorpora os trejeitos comuns a essas artistas performáticas e seu tom debochado traz mais realidade. Assim como Pabllo Vittar que empresta a voz a Goldiva que assim como sua intérprete é uma estrela da música. Apesar de viver à sombra dos papéis principais.

“Super Drags” mostra ser bem-sucedida em abordar uma realidade comum à comunidade LGBT brasileira e tem forte carga regional mesmo tomando base com vários referenciais de fora. A produção encerra sua temporada com um gancho mostrando que ainda há fôlego para novos episódios e brinca ainda com o fato da Netflix renovar o contrato para mais um ano, que caso aconteça mostra como a comunidade LGBT só tem a ganhar com o desenho responsável por trazer mais representatividade para a plataforma de streaming.

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