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Homofobia: Casal gay relata agressão de PM com barra de ferro em MG

"Ah, é? Então vou matar vocês agora, seus travestis'. Ele foi correndo para casa dele e pegou uma barra de ferro maciça e partiu para cima do Matheus, mirando na cabeça", conta a vítima, que pede justiça

Publicado em 16/02/2022

João Augusto Maia, 24, e o namorado Matheus Felipe Batista, 36, relataram ao UOL que foram vítimas de homofobia no domingo (13), em um condomínio do bairro Carlos Prates, em Belo Horizonte.

As vítimas dizem que foram agredidas com uma barra de ferro pelo vizinho, um sargento da PM (Polícia Militar). Os dois informaram também que as agressões verbais eram frequentes, a ponto de optarem por mudar de apartamento.

Quando estavam prontos para partir, notaram algo errado. O casal percebeu que a fechadura do apartamento encontrava-se com indícios de arrombamento.

“Comuniquei a imobiliária e combinamos de fazer um registro na polícia. Como o isolamento acústico é ruim, não sei o que houve, creio que o vizinho ouviu a conversa, e já saiu gritando: ‘Seus veadinhos desgraçados, vou matar vocês é agora'”, relatou João Maia.

“Quando eu disse que chamaria a PM, o vizinho disse: ‘Ah, é? Então vou matar vocês agora, seus travestis’. Ele foi correndo para casa dele e pegou uma barra de ferro maciça e partiu para cima do Matheus, mirando na cabeça. Só que, como o meu namorado tem pouco de prática de defesa pessoal, se esquivou, mas ainda assim foi atingido no queixo e clavícula”.

Antes da agressão física, eles relatam, ao Globo, que os ataques foram se intensificando, até que a situação ficou insustentável e eles decidiram que precisariam se mudar dali, depois de terem ouvido do homem, um sargento da Polícia Militar de Minas Gerais, de 48 anos, e de sua esposa, que deveriam morrer e ir ao inferno por serem gays, episódio que aconteceu há três semanas.

É sempre com teor preconceituoso. Tem um ano que ele perturba a gente, mas as agressões todas sempre são pautadas na questão da sexualidade, da identidade de gênero, sempre voltadas a atacar esse aspecto da intimidade, e isso é o que nos machuca bastante — lamenta João.

Matheus mostra ferimento na boca, depois que foi atingido por ataque do vizinho com uma barra de ferro Foto: Arquivo pessoal
Matheus mostra ferimento na boca, depois que foi atingido por ataque do vizinho com uma barra de ferro Foto: Arquivo pessoal
Barra de ferro que teria sido usada pelo vizinho PM após discussão e xingamentos homofóbicos Foto: Reprodução
Barra de ferro que teria sido usada pelo vizinho PM após discussão e xingamentos homofóbicos Foto: Reprodução

Os policiais e as testemunhas não ficaram, e, por isso, a situação de flagrante pelo crime de homofobia acabou desqualificada, e ele acabou liberado. Não sei se por falta de treinamento da polícia para casos como esse ou, não posso afirmar, mas desconfio, por corporativismo por ele ser policial —  acrescentou João. — Mas nós vamos ajuizar para que seja instaurado um processo administrativo que apure a conduta desses policiais. O que a gente procura é justiça.

Marcas de sangue nas mãos de Matheus após discussão com vizinho que disparou xingamentos homofóbicos contra ele e o namorado Foto: Reprodução
Marcas de sangue nas mãos de Matheus após discussão com vizinho que disparou xingamentos homofóbicos contra ele e o namorado Foto: Reprodução
Jovens registraram imagem da porta que encontraram arrombada. Constatação e ligação para a polícia motivaram ataque do vizinho Foto: Reprodução
Jovens registraram imagem da porta que encontraram arrombada. Constatação e ligação para a polícia motivaram ataque do vizinho Foto: Reprodução

Casal relata que as agressões vinham em situações corriqueiras, tudo era motivo para o agressor despejar homofobia

Já no primeiro dia que eu me mudei, fui montar uma escrivaninha e ele pulou o muro que separa as casas, bateu na minha janela e me ameaçou porque o barulho da montagem estava atrapalhando ele, e eu retruquei, dizendo que era horário comercial; depois, tomou a mesma atitude porque eu estava varrendo a casa e, segundo ele, estava fazendo barulho na casa dele, atrapalhando o descanso dele porque ele trabalhava de madrugada — conta. — Em seguida, o teor das agressões mudaram. Ele começou a me caçar na janela do meu quarto. Um dia, eu ri enquanto estava assistindo uma comédia e ele, do nada, apareceu na minha janela: “Ri mesmo, seu desgraçado, sua hora vai chegar, seu viadinho, traveco”. É sempre com teor preconceituoso. Não foi só essa vez. Tem um ano que ele perturba a gente, mas as agressões todas sempre foram pautadas na questão da sexualidade, da identidade de gênero, sempre voltada a atacar esse aspecto da intimidade, e isso é o que machuca bastante.

Polícia, em nota, afirmou que vai investigar o caso.

“Em relação ao fato ocorrido, neste domingo (13/2), a ocorrência foi recebida pela Central Estadual do Plantão Digital, sendo três pessoas, de 24, 36 e 48 anos, ouvidas e liberadas. Na ocasião, a autoridade policial ainda instaurou procedimento investigativo para apurar os fatos e a investigação segue em andamento. Outras informações serão prestadas com o avançar da investigação para não comprometer o andamento do feito”, disse a corporação em nota.

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