Um pastor milionário da Nova Zelândia, Murray Watkinson, proferiu um discurso profundamente bifóbico em um sermão no início deste mês, no qual ele comparou essencialmente a bissexualidade ao blackface.
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Durante o sermão, na Celebration Church em Christchurch, Watkinson começou seu discurso de 50 minutos dizendo (veja trecho do vídeo): “Quero continuar sendo controverso se possível”. Ele então afirmou que George Floyd era um “vilão” porque havia cumprido pena na prisão e criticou aqueles que “o levantaram como um herói”.
Foi depois disso que ele entrou em seu discurso bifóbico, furioso: “E se você é marrom e está dividido internamente? O que você fará é escolher um lado e depois há aqueles que querem bissexuais, é como se os brancos fingem ser pretos ou pardos”.
O pastor continuou seu discurso confuso: “bissexuais não sabem quem eles são. Eu acho que eles não têm coragem. Eles não querem ofender ninguém, então eles vão cortar pra todo lado”.
Watkinson foi condenado por seu discurso racista, mesmo por pessoas que costumavam estar associadas à igreja. Trina Watkin, ex-líder, disse que seu sermão era uma “completa deturpação” da mensagem que ele deveria estar dando.
Ela também disse que estava “chateada” quando as pessoas na igreja foram ouvidas rindo durante o sermão de Watkinson, antes de acrescentar: “Este é o intolerante Murray. A diferença é que as pessoas têm ouvidos diferentes agora. As pessoas estão dizendo ‘oh não, isso não está bom”.
Um membro da plateia, que não queria ser identificado, disse que estava deixando a igreja por causa do discurso de Watkinson, dizendo: “Ele era racialmente inapropriado e retratava não-brancos como seres humanos inferiores e brincava e ridicularizava pessoas de cor… seu discurso intolerante ainda incluiu gays e bissexuais, bem como transexuais”.
A saber, bissexuais não ‘precisam escolher um lado’, pois suas atrações são tão válidas quanto as de outras pessoas, e as pessoas não são bissexuais porque não querem ‘ofender’ ninguém, são bissexuais porque conseguem experimentar atração por mais de uma identidade de gênero.