Nos primeiros meses de 2017, 25 assassinatos de travestis e transexuais foram notificados, mas o número pode ser maior
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O assassinato da travesti Dandara Kataryne, em Fortaleza (CE), no último dia 15 de fevereiro, é a ponta do iceberg de casos de violência que atingem uma população que vem sendo dizimada pelo ódio e pelo preconceito. Só nos primeiros três meses de 2017, 25 travestis e transexuais foram assassinados no país, segundo o Monitoramento da Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (Rede Trans Brasil).
Nos últimos 30 dias, assim como Dandara, as travestis Jennifer Celia Henrique, de Florianópolis (SC); Camila Albuquerque, de Salvador (BA); Lexia Alves de Brito, de Santa Fé do Sul (SP); Bruna Tavares de Pádua, de Ourinhos (SP); e Mirella de Carlo, de Belo Horizonte (MG); foram assassinadas vítimas de crimes de ódio. Os casos ganharam certa repercussão na imprensa local, mas continuam marcados pela impunidade.
“As mortes de travestis e transexuais continuam subnotificadas. O número de casos deve ser ainda maior. No Brasil, 90% das travestis e transexuais estão se prostituindo e, como é sabido, estar na ruas se prostituindo é quase uma sentença de morte, porque você fica muito mais exposta e vulnerável a todo tipo de violência”, diz Daniela Andrade, ativista da causa trans.
Segundo outro levantamento, do Grupo Gay da Bahia (GGB), 2016 foi o ano com o maior número de assassinatos da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) desde o início da pesquisa, há 37 anos. Foram 347 mortes; São Paulo lidera a lista, registrando 49 assassinatos. No entanto, o próprio GGB ressalta que os números são subnotificados, já que faltam estatísticas oficiais.
Já o relatório da ONG internacional Transgender Europe, aponta que o Brasil é o país onde mais ocorrem assassinatos de travestis e transexuais em todo o mundo. Entre janeiro de 2008 e abril de 2013, foram 486 mortes, quatro vezes a mais que no México, segundo país com mais casos registrados.
Fonte: Brasil de Fato