Foi engendrada uma pesquisa abarcando o período eleitoral e pós-eleitoral. Contudo, verificou-se que, mais da metade dos entrevistados, que compreende 51%, afirmaram ter sofrido algum tipo de violência neste período. Foram contemplados 92,5% de Gays, lésbicas, Bissexuais e transgêneros. A pesquisa foi conduzida pela organização de mídia Gênero e Número e financiada pela Fundação Ford.
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Segundo estipulado pela Folha de SP, “O objetivo da pesquisa era entender como o discurso de ódio, disseminado a partir das eleições, foi percebido pelas pessoas LGBT, e se havia ocorrido uma escalada na violência contra essa população a partir de sua percepção”, explica Giulliana Bianconi, diretora da Gênero e Número.
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Segundo ela, a violência decorre do próprio engajamento político de LGBTs nas eleições. Desde postagens difundidas, até candidatos que representam esta minoria. “Este ambiente precisava receber o aporte de dados para qualificar seu debate”, diz ela.
O que aponta a pesquisa?
A pesquisa aborda os tipos de agressões que acometem LGBTs: Físicas, verbais, constrangimentos, exposição à situações vexatórias. A pesquisa da Gênero e Número apontou que, entre as pessoas LGBT entrevistadas que foram alvo de agressões, 94% foram vítimas de violência verbal e 13%, de violência física.
É oportuno ressaltar que, toda denúncia deve vir acompanhada de uma investigação escrupulosa e minuciosa, antes da aplicação da sanção proporcional ao delito. Ao investigar tanto orientação sexual quanto identidade de gênero, ficou evidente quais grupos são os mais vulneráveis: lésbicas e pessoas cuja identidade de gênero não corresponde àquela de nascimento.
Os locais apontados pelos entrevistados como cenário dessas agressões foram as ruas e os espaços públicos (83%). Também há um grande número em comércios e serviços públicos (46%), e os ambientes familiares (38,5%).
Muitos são rechaçados pela própria família e sofrem agressões variadas. Pode ser leve, grave ou gravíssima, todas previstas no código penal.