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Esporte

Após vencer no masculino, 1ª mulher trans surfista, Sasha Jane, ganha no feminino

"Comecei a transição médica no início de 2021", diz

Publicado em 20/05/2022

A surfista australiana Sasha Jane Lowerson se tornou a primeira mulher trans a participar de uma competição profissional e venceu.

Atleta, que foi coroada como campeã masculina em 2019, venceu as divisões Open Feminino e Open Logger, em Avalon, com performance extranatural.

Esportista concedeu uma entrevista ao The Australian na qual falou sobre o tema.

 “Ser a primeira mulher transgênero competindo no surfe não foi fácil emocionalmente, mas a quantidade de apoio que me foi dada foi fenomenal. Estou muito grata por estar envolvida, bem-vinda e abraçada pela comunidade de longboard em Austrália”.

Comecei a transição médica no início de 2021. Até então me escondia das pessoas surfando, parei de surfar por seis meses. Eu basicamente tirei seis meses da água. Então eu acordei uma manhã e disse: ‘Não, tem sido a minha vida, não posso simplesmente me afastar da minha paixão e da minha vida’”.

Vaidosa, aproveita o ensejo das redes sociais para dividir os seus cliques com seguidores.

Polêmica

Este tema é espinhoso em nível global. Recentemente, por meio de um comunicado oficial, a associação Mundial de Treinadores de Natação (WSCA, na sigla em inglês) expressou o desejo de articular uma categoria estritamente para pessoas trans.

A decisão vem após o imbróglio, especialmente depois de Lia Thomas se destacar no esporte.

A testosterona 

Entender a testosterona e como o hormônio atua e se sedimenta é fundamental para compreender algumas diferenças entre os sexos, inclusive evolutivas, visto que nem tudo é construção social. Expectativas sociais são construídas socialmente.

Carole Hooven, autora de testosterone, nos mostra como a testosterona aumenta nossa libido, nossa energia, nossa força e também o nosso desejo de correr riscos. Já que o rompante agressivo costuma nos colocar em situações, muitas vezes, conflituosas.

Ela pesquisou justamente a função do hormônio como base para aspectos do comportamento masculino. A especialista traçou o papel da testosterona no mundo natural, demarcando o seu papel na diferenciação de machos de fêmeas em todo o reino animal. Seus níveis muito mais altos nos machos – 10 a 20 vezes maiores que nas fêmeas – atuam como um interruptor que ativa os genes, criando indivíduos mais fortes e musculosos, genericamente com um comportamento mais agressivo e resistente. Ela disse que começou a pensar em fazer pesquisas após observar os chimpanzés em seu ambiente natural e seus procedimentos defronte à diferentes situações.

Existem atletas mulheres que naturalmente produzem mais testosterona e são mais fortes que a média regular, como é o caso de Caster Semenya, que tem um distúrbio endócrino. Porém, estudos globais costumam observar padrões genéricos do ser humano, por isso, generalizam. Estudos apontam que, no geral, fêmeas mais fortes conseguem se equiparar em força física somente aos machos mais fracos.

Um estudo de 2020, publicado na revista Sports MedicineMulheres Transgêneros na Categoria Feminina do Esporte: Perspectivas sobre Supressão de Testosterona e Vantagem de Desempenho –

O Comitê Olímpico Internacional (COI) determinou critérios pelos quais uma mulher transgênero pode ser elegível para competir na categoria feminina, exigindo que os níveis totais de testosterona sejam suprimidos abaixo de 10 nmol/L por pelo menos 12 meses antes e durante a competição. Aqui, revisamos como as diferenças nas características biológicas entre homens e mulheres biológicos afetam o desempenho esportivo e avaliamos se existem evidências para apoiar a suposição de que a supressão de testosterona em mulheres transgênero remove a vantagem de desempenho masculino e, portanto, oferece uma competição justa e segura. Relatamos que a diferença de desempenho entre homens e mulheres se torna significativa na puberdade e geralmente chega a 10-50%, dependendo do esporte. A diferença de desempenho é mais pronunciada em atividades esportivas que dependem de massa muscular e força explosiva, principalmente na parte superior do corpo. Estudos longitudinais que examinam os efeitos da supressão de testosterona na massa e força muscular em mulheres transgênero mostram consistentemente mudanças muito modestas, onde a perda de massa corporal magra, área muscular e força normalmente atinge aproximadamente 5% após 12 meses de tratamento. Assim, a vantagem muscular desfrutada por mulheres transgênero é apenas minimamente reduzida quando a testosterona é suprimida. As organizações esportivas devem considerar essa evidência ao reavaliar as políticas atuais sobre a participação de mulheres transgênero na categoria feminina do esporte, diz o compêndio do estudo.

Já um estudo de 2021, engendrado por Joanna Harper, que foi uma das estudiosas pioneiras na inserção de trans dentro do esporte, chega à conclusão que o tratamento hormonal diminui sim a força, mas as vantagens ainda podem ser observadas.

A hormonioterapia diminui a força, a massa muscular e a área muscular, mas os valores permanecem acima do observado quando comparados às mulheres cisgênero, mesmo após 36 meses. Esses achados sugerem que a força pode ser bem preservada em mulheres trans durante os primeiros 3 anos de terapia hormonal, diz a conclusão.

Não obstante, os valores de força, massa muscular e área muscular em mulheres trans continuam acima dos de mulheres cisgênero, mesmo após 36 meses de hormonioterapia – O estudo foi publicado pela Joana na revista Journal of Sports Medicine.

Foram pesquisados ​​em abril de 2020 para artigos de 1999 a 2020.

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