Desde que a jogadora de vôlei trans Tiffany Abreu foi anunciada como integrante da superliga feminina, principal torneio do esporte no Brasil, através do time de Bauru, muito tem se discutido se a paraense seria uma concorrente leal, por biologicamente ter estrutura corporal masculina, ou seja, sendo mais forte que as suas adversárias.
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O membro do Conselho Federal de Educação Física, Carlos Cimino acredita que a atleta leva vantagem as outras. “Não tenho a menor dúvida disso. Todo o seu desenvolvimento motor, muscular e ósseo ocorreu antes da transição de gênero, quando ela ainda era homem”, afirmou em entrevista a revista Encontro.
Tiffanny, porém, está dentro dos parâmetros exigidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), no qual permite pessoas trans apenas aquelas que já estão em tratamento hormonal por no mínimo 12 meses, antes de integrar a equipe, para justamente diminuir os níveis de testosterona no sangue.
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Para Cimino, a análise dos níveis de hormônio masculino não é o suficiente. “Não se pode afirmar que há igualdade de condições entre a Tiffany e as outras jogadoras baseando-se apenas no nível de testosterona. É cientificamente comprovado que a diminuição da quantidade deste hormônio só surte efeito na força muscular e na constituição óssea a médio e longo prazos. E ela terminou os tratamentos hormonais há pouco mais de um ano”, discordou.
Diante da repercussão, a Federação Internacional de Voleibol (FIVB), convocou uma reunião com a comissão médica para discutir a presença de pessoas trans dentro da modalidade, que acontece nesta quinta-feira (24), na Suíça.
Em nota, o COI afirmou que publicará novas diretrizes, mas que ficará a cargo de cada federação como definir suas regras sobre a elegibilidade de atletas transexuais.