Natal
Sungas, cuecas e chinelos
com 50% de desconto
enquanto durar os estoques
Utilize os cupons:
SUNGASPRIDE
CUECASPRIDE
CHINELOSPRIDE
Natal Pride Brasil
Entendimento

Por que o correto é homossexualidade e como surgiu o termo homossexualismo?

E ainda há resistência em usar o termo correto

Publicado em 23/09/2021

Parece piada, mas algumas pessoas ainda insistem em usar o termo homossexualismo em vez de homossexualidade. As buscas sobre isso ainda são robustas. E ainda há resistência em usar o termo correto, muita gente o faz por ‘obrigação’ e não pelo real entendimento.

Mas por qual motivo isso acontece?

Richard von Krafft-Ebing, em 1886, sexólogo e médico encaixa a homossexualidade na lista de doenças e a categoriza como uma “inversão congênita” adquirida ou inata. Em termos mais filosóficos, ele fala sobre um “hermafroditismo da alma”. Pois é, é desta premissa de ‘inversão’ que vem a ideia de que o rapaz gay tem que ser chamado de ‘mulherzinha’ e a mulher lésbica de ‘maria macho’. E é por este motivo que indagações como “Você é feminina, nem parece lésbica”, ainda são recorrentes. Isso é mais antigo do que pensamos, e está introjetado no pensamento e no inconsciente, mas a informação proficiente tem o poder de quebrar estes conceitos.

Nesta época, a psicologia tentava, com pouco êxito, entender pessoas que destoavam do padrão vigente. Compreender o subjetivo do sujeito não é tarefa simples, sobretudo em um contexto de repressão. Por isso, qualquer assunto, artigo, relacionado à homossexualidade que seja datado em épocas remotas, comumente você vai encontrar termos que hoje são inutilizados e inadequados, como ‘inversão’, ‘neurose’, ‘perversão’, ‘degeneração’, ‘desvio’. O problema é que ainda hoje algumas pessoas tentam se aparatar nestes artigos para justificar os seus preconceitos e medos.

Freud, apesar de usar termos que foram refutados posteriormente, chega a dizer que é natural e não deve ser visto como distúrbio o fato de um sujeito sentir prazer em múltiplas áreas e zonas do corpo, falando, inclusive, de uma “bissexualidade psíquica e própria de toda subjetividade humana”. A obra Père ou Mère ? Entre bisexualité psychique et différence des sexes de Chabert, preceitua que a bissexualidade, por exemplo, não deve ser vista como ‘confusão do sexo’, mas como a coexistência de dois no psiquismo – masculino e feminino.

OMS (Organização Mundial de Saúde) em 1990 entende que a homossexualidade não configura doença e demarca um marco emblemático para LGBTs. O sufixo ismo remete à ideia de doença, por isso foi retirado oficialmente.

Em março de 1999, o Conselho Federal de Psicologia preceituou, por meio da resolução nº 001/99, que a Homossexualidade não constitui doença ou distúrbio.

A Psicologia pode e deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões da sexualidade, permitindo a superação de preconceitos e discriminações” – (BRASIL, 1999, p.1) Conselho Regional de Psicologia da 6º Região. Psicologia e diversidade sexual.

Ideologia

O sufixo ismo é usado só para doença? Não, também para ideologia, filosofia e afins – estoicismo, comunismo, Tomismo, dentre outras. E o que é uma ideologia? A palavra idéologie foi cunhada em 1796 pelo pensador
Destutt de Tracy. Segundo ele, seria o estudo científico das ideias e da interação dessas ideias com o meio. Bonaparte já entende ideologia por “ideia falsa” ou “concepção idealista”. O entendimento sobre o seu significado pode variar, justamente por ser um termo complexo. Pois bem, nesta dinâmica veio a “Ideologia de gênero” e, nesse sentido, alguns ainda persistem em usar o “homossexualismo”.

“Ideologia de gênero”, que, segundo os seus críticos, induziria à destruição da família “tradicional” e “legalização de condutas inadequadas”. Fontes sinalizam que o termo “ideologia de gênero” surgiu primeiro em textos doutrinários da Igreja Católica em meados da década de 1990, com o intento de deturpar pautas pró-LGBT. Esta nomenclatura criou-se e se solidificou em ambientes religiosos, com evangélicos e católicos mais ortodoxos, isto é, objetos estritamente de fé e não de estudos embasados e investigativos. O Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo P. Scherer, em 2015, “Essa ideologia [de gênero] poderia abrir um caminho perigoso”, disse.

Nesse sentido, a orientação sexual trata-se da identidade do sujeito quanto aos seus desejos, sendo, portanto, parte de seu ser e de sua sexualidade, não tem nada a ver com doença, como a própria ciência já entendeu, e nem com uma ideia. Usar o ‘ismo’ para orientação sexual, mesmo com tanta informação disponível, é usar burramente.

© 2024 Observatório G | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade