Fernando Pessoa, autor do atemporal Livro do Desassossego (publicado em fragmentos, postumamente, em 1982), é considerado, ao lado de Luís de Camões, o maior poeta da língua portuguesa. Pessoa foi fortemente influenciado pelo amor masculino presente, não só na literatura da Antiguidade, como em textos do século XIX e do início do século XX. O eterno multifacetado nutria amizades profícuas com escritores abertamente homossexuais.
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António Botto é um exemplo. Conhecido por obras homoeróticas, foi perseguido e sentia-se, muitas vezes, inadaptável ao mundo e expressava isto melancolicamente. Pessoa teria conhecido Botto por volta dos anos 20. Acompanhou sempre de muito perto, e até à sua morte, a trajetória do poeta.
Sobre Pessoa “Ele tinha um amigo, António Botto, que era homossexual assumido, apesar de casado. Ele contava ter ficado assustado com o tamanho do pénis de Pessoa, que seria muito pequeno. Não tenho como provar, mas minha explicação é que por isso o poeta não tinha coragem de se expor perante as mulheres“, diz Cavalcanti Filho, autor de “Fernando Pessoa: Quase uma autobiografia”.
“Essa tendência [homossexual] atravessa os heterónimos, sobretudo Álvaro de Campos, que era assumidamente gay. Acredito que se ele vivesse nos dias de hoje talvez se assumisse”, sugestiona.
Um fragmento de Fernando diz – “O amor é essencial, o sexo um acidente. Pode ser igual ou diferente.”