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Chanacomchana: Conheça a história do Stonewall brasileiro

Publicado em 09/06/2019

Os movimentos sociais, de uma forma geral, têm como principal intento organizar grupos, cujo objetivo é minimizar desigualdades impregnadas na nação. Cada grupo, com seus projetos e ideologias, descentralizados ou centralizados, apresentam suas pautas e especificidades diferentes. Até aí parece que está tudo ótimo, contudo, há uma bela parcela de pessoas que se manifestam contrariamente às pautas.  As reclamações prevalecentes versam sobre o fato de os grupos terem perdido o verdadeiro foco: lutar pelas minorias. Dito isso, alega-se que os partidos políticos tomaram conta e o ativismo, que deveria ser apartidário, virou massa de manobra de agenda política.

Falando mais especificamente do Brasil, existem muitos grupos ativistas, mas merece ênfase o MST; Direitos das Mulheres, índios, Negros e LGBTS. Em relação à comunidade LGBTI+, os movimentos visibilizaram ainda na década de 1950. A princípio em espaços rurais e penetrando em seguida em ambientes urbanos.

Nesse sentido, as primeiras manifestações ganham força ainda na época do período militar. O brado contra a política vigente era entoado. Contudo, a perseguição proeminente na Ditadura, não incidiu prioritariamente sobre LGBTs, mas sim sobre os subversivos e qualquer pessoa que estivesse diretamente envolvida na luta armada.

Mídias alternativas

Desse modo, surgiram algumas publicações de mídias alternativas, com temática LGBT. O intento era promover uma espécie de contracultura. Assim, O Lampião da Esquina foi um jornal homossexual brasileiro que circulou durante os anos de 1978 e 1981. Nasceu dentro do contexto de imprensa alternativa na época da abertura política de 1970.

No mesmo sentido, também teve outra publicação que foi primordial para impelir os movimentos sociais: Chanacomchana. Esse boletim foi uma publicação dos coletivos que formaram os grupos Lésbico-Feminista – LF (1979-1981) e Ação Lésbica-Feminista – GALF (1981-1989). A única edição tablóide do título foi publicada no início de 1981, pelo primeiro coletivo (LF).

Assim, esse boletim era uma espécie de fanzine, e aglutinava colagens bem progressistas e revolucionárias. Sempre tematizava questões femininas, especialmente lésbicas.

Porém, nem tudo são flores e cordialidade. O jornal era vendido e distribuído no Ferro’s bar, comumente frequentado por lésbicas. Todavia, as publicações não foram aprovadas pelo dono do bar, o que resultou na expulsão das mulheres em 1983.  Essa repressão originou o Stonewall brasileiro. Além do mais, como resposta a esse episódio, as mulheres do GALF decidiram que se “apropriariam” de seu lugar de convívio fazendo um happening na noite de 19 de agosto.

Miriam Martinho

Este levante acabou desencadeando o orgulho lésbico. Sendo assim, no dia 19 de agosto comemora-se o dia do orgulho lésbico em São Paulo. Nesse sentido, em entrevista dada ao portal UOL, Miriam Martinho, uma das pioneiras do movimento homossexual, contou sobre aquela noite no Ferro’s Bar:

“Lembro que tive muito medo da polícia aparecer e nos levar presas. Tive medo da imprensa também. Não era muito confortável aparecer nas páginas dos jornais na época. Mas organizamos tudo de forma a minimizar os riscos: chamamos os grupos gays da época e algumas feministas para dar apoio. A vereadora Irede Cardoso foi uma das parlamentares pioneiras no apoio aos direitos homossexuais no Brasil, pedimos cobertura da OAB, chamamos a imprensa.”

“Chegamos no dia 19 de agosto e tentamos entrar no Ferro’s. O porteiro fechou a porta para que a gente não entrasse. Passamos a conversar com as mulheres que estavam do lado de fora do bar, juntamos gente, mais os grupos que estavam dando apoio, tentamos de novo. O porteiro enfiou a mão na cara de uma das integrantes do GALF, pela porta entreaberta. Um homem aproveitou e jogou fora o boné do porteiro, ele se distraiu e entramos todos”.

“Nosso principal objetivo, com o Chanacomchana, é quebrar o muro de preconceitos que envolve e isola as mulheres lésbicas, criando uma rede de contatos, informações e apoio tanto no Brasil quanto no exterior”.

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