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O que é homofobia internalizada?

A procura pela terapia pode ajudar a vencer o preconceito

Publicado em 21/09/2021

Ser homossexual não isenta o indivíduo de ser preconceituoso e homofóbico. O Observatório G, em conversa com o psicólogo clínico José Vicente, que foca em estudos Psicossociais em Saúde e Educação, trouxe mais informações sobre o assunto. Além disso, o profissional é Formado em Psicologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro e mestrando pelo programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia.

-O que é homofobia internalizada?

Homofobia trata-se do preconceito vinculado à discriminação, violência e opressão contra sujeitos não heterossexuais. Quando esse preconceito parte de alguém que não se denomina heterossexual, estamos falando de homofobia internalizada. Ela acontece devido ao forte contexto cultural de heteronormatividade compulsória em que estamos inseridos enquanto sociedade, que faz com que cristalizem-se padrões de identificação, comportamento e
relacionamento preferíveis, “superiores”, e desejáveis. Isso faz com que a própria pessoa LGBTQIA+ tenha pensamentos, sentimentos e comportamentos de vergonha, culpa e repressão diante do seu desejo por alguém do mesmo sexo ou diante de sua expressão de gênero. Pode também ser relacionado ao outro. É extremamente grave porque pode afetar a qualidade de vida destes indivíduos e fazer com que estes desenvolvam sofrimento psíquico intenso. É fundamental a compreensão de que o sofrimento psíquico relacionado às questões de gênero e
sexualidade do indivíduo são causadas, na verdade, pela homofobia ou transfobia sofrida pelo
mesmo durante toda sua vida, e não pela sua própria orientação sexual ou identidade de gênero.

-O que fazer caso eu sofra com esse problema?

A pessoa que sofre por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero deve, em primeiro lugar, compreender que este sofrimento é causado pelo preconceito, e não por suas características. Buscar ajuda profissional pode ser um primeiro passo importante neste processo. A Terapia Afirmativa no contexto psicoterapêutico é uma vertente teórica que tem como objetivo auxiliar a pessoa na trajetória de sentir orgulho de si mesma, além de ajudar a
identificar possíveis contextos de vida da pessoa que corroboram com este sofrimento, ou seja, ambientes e relacionamentos permeados por diferentes tipos de violência e que reafirmam a lógica normativa de que ser um sujeito LGBTQIA+ é errado. Também é interessante que a pessoa desenvolva laços com pessoas com as quais se identifique e se sinta acolhida. Sentir pertencimento a um grupo ajuda a elaborar e superar a homofobia internalizada.

-O que faz a pessoa ter homofobia internalizada?

Normalmente, a homofobia internalizada é causada pela forte repressão que o sujeito LGBTQIA+ sofre durante toda a sua vida. O Brasil ainda é um país extremamente preconceituoso. Dados recentes indicam que a expectativa de vida de uma mulher trans no Brasil é de 35 anos, ao mesmo tempo em que é um dos países que mais consome pornografia transexual. Isto indica o quão enraizado o preconceito é. Desde sua infância, a pessoa LGBTQIA+ é induzida a acreditar
que ser LGBTQIA+ é errado, envolta por comentários maldosos, piadas e frequentes notícias de crimes contra essa população. Todos estes fatores contribuem para que a pessoa sinta vergonha, medo, culpa, insegurança.

—Como lidar com uma pessoa próxima que sofre com esse preconceito interno?

Se alguém próximo sofre com homofobia internalizada, é fundamental que esta pessoa se sinta acolhida, amada e compreendida. Superar a homofobia internalizada é um processo que pode ser demorado, dependendo de diversos fatores. Sendo assim, é possível contribuir com esse processo mostrando-se disponível para a pessoa. Além disso, é importante compreender e superar seus próprios preconceitos, no intuito de estar sensível ao que pode ser uma postura homofóbica. Homofobia não se trata somente de reproduções deliberadas de discursos de ódio, mas também do desconhecimento e da insensibilidade ao que pode ser uma conduta homofóbica, como piadas, falas como “que desperdício você ser gay” ou “você não parece ser gay”, o incômodo com demonstrações de afeto em público e tantas outras.

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