Um crime de covardia marcou o norte da Bahia. Um cabeleireiro teve seu rosto desfigurado, após ser agredido por um homem que portava um copo de vidro. O fato consumou-se no no bairro Novo Encontro, em Juazeiro, norte da Bahia.
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Em entrevista ao G1, nesta sexta-feira (24), Jackson Ruan Rodrigues dos Santos contou que nunca tinha visto o suspeito e disse ter sido vítima do crime de homofobia. Segundo os relatos, em postagem difundida nas mídias sociais, o homem o seguiu proferindo frases de deboche e escárnio.
“Ele tentava me pegar e eu continuei andando sem dar atenção. Fiquei com medo. Quando ele perguntou se eu era menino ou menina, eu parei e olhei para ele. Então ele veio em cima de mim e quebrou um copo no meu rosto. Eu corri e meus familiares me socorreram. Se eu não tivesse corrido, poderia ter acontecido algo pior. Isso aconteceu a uns 40 metros da casa da minha avó, em um bairro que eu cresci, onde todos me conhecem”, contou o jovem.
A vítima afirma que o homem estava em um bar, quando começou a perseguição. “Eu acho que ele estava bebendo em um bar e, quando eu passei, ele começou a me seguir com o copo na mão”, disse.
Ademais, Jackson relatou que procurou a polícia com dois advogados. A delegacia da cidade ratificou que a ocorrência foi registrada quinta-feira (23) e que está investigando o caso.
Confira o relato do jovem nas redes:
Sinceramente eu não queria falar sobre isso por medo ou vergonha, mas eu preciso desabafar. Sábado à noite, por volta de umas 19h, eu estava indo para casa, saindo da casa da minha avó, quando um indivíduo me seguiu, começou a tirar brincadeiras sem graça comigo e eu sem dar atenção a ele. Ele, por não satisfeito, simplesmente quebrou um copo na minha cara, na rua da casa da minha avó, onde eu fui criado. Tinham pessoas na porta e isso não intimidou ele nem um pouco, eu não tive reação nenhuma porque nem eu sabia porque aquilo estava acontecendo. Só voltei correndo para casa da minha avó, atrás de socorro, ensaguentado no meio da rua. Minhas primas, todas assustadas, sem entender, nada chamaram a polícia.
Até hoje estamos esperando. Samu, a mesma coisa. Fui socorrido por um amigo, às presas porque eu estava perdendo muito sangue. Toda noite quando estou só eu choro só por me fazer uma pergunta e não ter resposta.
– Por que ele fez isso?
– O que foi que eu fiz?
E não consigo entender. Nós somos gays, não pedimos pra ser assim, simplesmente somos.
A gente vê isso acontecendo com os outros e acha que isso nunca vai acontecer com você ou com alguém da sua família, mas a maldade está aí, pessoas ruins existem sim.
Por tanto, eu não vou me esconder e nem me privar por uma coisa q eu não fiz, muito menos mudar o meu jeito de ser.
EU SOU GAY E ISSO NÃO VAI MUDAR EM NADA.