A travesti Ágatha Lios, de 23 anos, foi assassinada brutalmente dentro de uma central de distribuição dos Correios, no Setor de Indústrias de Taguatinga Sul, no Distrito Federal, em 26 de janeiro deste ano.
Veja também:
- Apesar de recorde histórico, investimento federal LGBTQIA+ ainda é insuficiente
- Legislação transfóbica desafia movimento trans e aliados a investirem em resistência institucional
- Associações defendem direitos de crianças e adolescentes no STF contra lei que censura a Parada LGBTQIA+
- CNJ proíbe discriminação de pessoas LGBTQIA+ na adoção, guarda e tutela
- Enquanto aguarda nomeação de Lula, PGR interina defende direitos de travestis e transexuais presas
- Como ser um aliado de pessoas trans sem invisibilizar e protagonizar seu papel
- Crivella deixa cariocas sem remédio para tratamento da AIDS
- Ex-empresário de Dudu Camargo diz que apresentador quer mudar imagem de gay assediando mulheres
- World Athletics diz que atletas trans não podem ser proibidos de competir em SP
- Assexualidade gera dúvidas e polêmica entre LGBTs
- Quadrinho do Chico Bento mostra conceito de família com casal gay
- Japão testa drogas anti-HIV contra coronavírus em meio a aumento de casos
- Homofobia: professor é espancado e torturado por horas após ter vídeo íntimo vazado
- Coronavírus: precisamos nos alarmar no carnaval? Dr. Maravilha explica
- Presidente Bolsonaro veta propaganda do Banco do Brasil que investia em diversidade
- Mastectomia: o que é e a importância para pessoas trans
- Young Royals estreia última temporada na Netflix
- Pandemia faz quatro anos e traz mudanças nos relacionamentos
Durante as investigações feitas pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) havia um enorme esquema de prostituição na região.
Quem matou Ágatha foram outras quatro travestis: Carolina Andrade (Daniel Ferreira Gonçalves), Samira (Francisco Delton Lopes Castro), Lohanny Castro (Dayvison Pinto Castro) e Bruna Alencar (Greyson Laudelino Pessoa). De acordo com testemunhas, a motivação por trás do crime foi inveja, vingança e briga por ponto, já que todas as envolvidas eram profissionais do sexo. A vítima recebeu dezenas de golpes de faca.
Leia Mais:
Três acusados pelo assassinato da travesti Dandara continuam soltos
Travesti afirma que situações no Casos de Família são combinadas
A ação foi inteiramente gravada pelas câmeras de segurança do centro de distribuição dos Correios, para onde Ágatha correu procurando escapar de suas agressoras. Testemunhas contam que podiam ouvir as assassinas gritarem “não adianta correr, é hoje que você morre”.
Durante as investigações, além de descobrirem que Ágatha provocara a ira de suas assassinas por estar atraindo os clientes mais ricos com sua beleza, a Polícia Civil também descobriu que naquela região há um esquema de pagamento de pontos para cafetões envolvendo dezenas de trabalhadoras.
Uma delas chegou a dizer que Ágatha pagava por seu ponto, assim como as outras, entre R$50 e R$100 por dia. Se a prostituta se recusasse, ela poderia sofrer retaliações violentas. Entre as travestis, também, foi descoberto uma série de hábitos violentos, dos quais nem todas compactuavam, e acabavam pagando por isso – o que, também, foi o caso de Ágatha.