Segundo o site de noticias da Uol, algumas mulheres relataram suas experiencias em ginecologistas relacionando os casos a sexualidade de cada uma. Em diversas situações o descaso e despreparo causou grande desconforto para as pacientes.
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A primeira a contar sua história foi Monica, que aos 22 anos se viu em um caso de extrema urgência para passar no ginecologista, pois sentia fortes dores na região da barriga, enjoo e tontura. Chegando lá ela logo diz que é lésbica e não há possibilidade de estar grávida. Ainda assim a consulta rumou para caminhos desconfortaveis.
“Eu estava com muitas dores na barriga, com enjoo e tontura. Um ginecologista me atendeu e falei já que era lésbica (várias vezes) e que não tinha chance alguma de eu estar grávida. Ele insistiu muito, chegou a ser desrespeitoso.Os médicos são despreparados para lidar com mulheres lésbicas. Na primeira consulta eu tinha 15 anos e o médico me passou anticoncepcional. No exame, senti muitas dores, foi um incômodo terrível. O aparelho podia ser menor ou apropriado”
Um caso que apesar de semelhante, possui suas especificidades é o de Daniela Romanenko, que aos 26 anos só notou diferença no atendimento por parte dos profissionais quando se consultou em uma clinica particular.
“A médica me perguntou se eu tinha parceiro ou parceira, nesse momento eu já senti a diferença. Fui acolhida e a conversa foi ótima, ela abriu a minha mente. Fiquei sabendo sobre camisinha feminina e outros detalhes. Fiz até ultrassom. Acho que atendimento deveria ser sobre vida sexual e não sobre parceiro sexual”.
Após publicar um livro “Vem cá: vamos conversar sobre a saúde sexual de lésbicas e bissexuais” sobre o tema contando suas vivências, a jornalista Larissa Darc de 22 anos notou a repercussão do tema em diversos lugares, sem contar com a resposta da Secretaria Municipal de Saúde.
“Fiz o livro sobre o que tinha acontecido comigo e foi impactante para mim e para outras meninas. Existe um sistema que exclui mulheres que procuram assistência médica”, desabafa. Após várias pesquisas e entrevistas com especialistas, Larissa concluiu que mulheres lésbicas e bissexuais não recebem atendimento adequado porque elas não têm acesso a dispositivos para proteção. Existe um sistema que historicamente negligenciou a saúde das mulheres e um sistema heteronormartivo e invalida todas as relações que não são hetero”.