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Sexo com cocô? Jovem revela tudo sobre o desejo sexual

Publicado em 02/10/2019

O mundo do fetiche ou fantasias sexuais, é um universo ainda que tem muito tabu envolvido. No entanto, é sabido que cada pessoa tem um interesse especifico na hora do sexo, mesmo que seja mínimo.

Apesar de cada um ter suas particularidades em quatro paredes, nem todas as fantasias são aceitas e vista com bons olhos, quando se trata de excitações sexuais. Um deles é o SCAT ou coprofilia.

Para quem não sabe, a coprofilia consiste no prazer sexual por fezes. São pessoas que sentem tesão em fazer sexo envolvendo cocô. O conceito do SCAT passa por prazeres como xixi, peidos, chulé, sujeira nas partes íntimas e muito mais.

Para o pai da psicanalise, Freud, a coprofilia é vista como uma perversão sexual e é tratada como psicopatologia. A ação de gostar e sentir prazer em fezes está “lado a lado” com a zoofilia e necrofilia.

Em busca de tentar entender um pouco mais do que se passa no mundo das pessoas que têm fetiches por fezes, xixi e entre outros assuntos escatológicos, o Observatório G entrevistou um rapaz bissexual, que vive este universo.

Aos 26 anos, Gustavo, como se identifica, é um homem cis bissexual e faz parte do grupo de pessoas que sentem tesão em fazer sexo com cocô, xixi e peidos. Aos poucos descobrindo seus desejos, o rapaz deu detalhes sobre sua relação com o fetiche pouco comum.

Apesar do diagnóstico colocado em pesquisas científicas quanto ao fetiche, Gustavo garante que não se sente uma pessoa doente e acredita que o prazer sexual é algo particular e não faz mal a quem pratica.

“A pergunta a se fazer quando se tem um fetiche diferente é: Você está fazendo mal pra alguém? Esta infringindo alguma lei ou obrigando alguém a gostar de algo? Se a resposta for ‘não’ para todas as perguntas, é só seguir com bom senso, consenso e segurança, sempre”, diz.

Eternalizado na internet brasileira em meados de 2007, o vídeo 2 girls 1 cup é lembrado até hoje como um dos piores virais da internet mundial. No registro duas garotas aparecem se deliciando com fezes, urina e até vomito.

Apesar do vídeo retratar o sexo SCAT, Gustavo garante que sua relação com o fetiche não é parecida. No entanto, ele revela que já experimentou seus fluidos corporais, afim de descobrir seu corpo.

“Xixi tem gosto de energético (só que com sal). Cocô tem um gosto amargo, chegando as vezes ser adocicado. O gosto não é tão ruim quanto se parece, e a maioria dos scaters (assim chamados) sentem tesão pelo cheiro. Esse lance sobre o cheiro é tipo quando algumas pessoas suportam – ou até mesmo gostam – do cheiro do próprio peido. Quem nunca passou a mão na bunda e cheirou que atire a primeira pedra”.

Veja a entrevista completa

Quando você descobriu que tinha este fetiche?

“Me lembro da primeira vez que vi uma revista pornô, eu era muito pequeno e foi a primeira vez que vi sexo na minha vida. Foi o primeiro contato, a descoberta e muito provavelmente a primeira vez que senti tesão. Curiosamente eu estava vendo as imagens da revista enquanto fazia cocô. Acredito que de algum modo isso marcou meu subconsciente e associei as duas coisas, o prazer e o cocô, mesmo que “sem querer”.

Como seu fetiche é visto por pessoas próximas, você fala abertamente sobre isso?

“As pessoas próximas nem desconfiam. E nem quero que eles saibam, eles não entenderiam. Fora que isso poderia catastroficamente acabar com minha carreira profissional. Acho que só me entendem quem têm o mesmo fetiche, quem é muito mente aberta ou quem no mínimo tem alguma vontade diferente também. As pessoas acham que nós somos pessoas nojentas, sujas e que não se importam com a saúde. Só que na maioria das vezes isso é totalmente o contrário – Tanto é que sou uma pessoa com vários toques de limpeza”.

“Quem possui esses fetiches podem ser pessoas normais, que tem cuidado com a higiene pessoal, andam normalmente por aí, vivem em sociedade, tem amigos, trabalho e relacionamentos[…] Não é fácil admitir (nem pra você mesmo) um tesão por cocô, xixi e peidos… então eu não falo abertamente sobre isso com qualquer um não”.

O víde 2 Girls 1 cup foi eternizado na internet brasileira em 2007 (Ilustrativa)

Você se atrai apenas pela pornografia scat ou também gosta de aplica-la em sua vida sexual?

“Eu sinto atração por ambos, mas é claro que me sentiria muito melhor em realizar todas as minhas vontades com alguém que realmente curta as mesmas coisas que eu. O que é muito difícil. E muita gente por aí gosta pelo fato da associação com humilhação e afins, e este não é o meu caso”.

Você tem um site, como surgiu a ideia de reunir este tipo de material em um local?

“Em 2017 eu criei meu blog chamado QueroScat (queroscat.com) para esclarecer de uma vez por todas, tudo sobre o sexo com merda, mijo e peidos para todos aqueles que tivessem as mesmas vontades que eu – Ou curiosos pelo tema. Ele é um site/blog que considero um verdadeiro ponto de encontro dessas pessoas tão carentes de conteúdo, informações, experiências sobre o tema e claro, um bom pornô”.

Quero Scat é um site voltado para o público que consome o conteúdo envolvendo SCAT (Ilustrativa)

Como bissexual, quem é mais aberto a experimentar este fetiche contigo?

“Os homens, com toda certeza. Não sei se é pela cultura social, ou por que as mulheres são mais tímidas para assumir (ou quem sabe, se auto-assumir), mas digo isso com total propriedade. Eu conversei com muitos gays que gostam de Sexo Pig de uma forma geral. (Vale aquela mijada no sexo, pés, chulé, axilas, cheiros, cueca usada, sebo, cuspe, peido e até mesmo a merda em si.) Parece um tabu para alguns, sexo bizarro pra outros, mas uma delícia pra muitos. E coloca “muitos” nisso”.

Entre os scats favoritos, qual o que você se interessa mais?

“Acho que consigo responder melhor tentando explicar qual a sensação de sentir prazer em cocô e outros excrementos. Receber uma mijada na boca, pra mim, é sentir o desejo por aquela pessoa transbordar e escorrer. É mais do que apenas sentir o seu gosto… É ter aquilo te sujando, sem preocupações, sem pensar muito… apenas sentir o quanto é gostoso – e quentinho – ter aquela pessoa por completo”.

“Todo mundo sabe que cagar é bom, afinal nos traz alívio. A sensação de poder enfim soltar aquilo que está te pressionando internamente. Não se preocupar em dar tudo errado. O cheiro “ruim” traz a ideia pervertida de estar fazendo sexo sujo e sórdido e a quantidade sob o desejo de posse. Libertar-se podendo se sujar o quanto mais, melhor. Você tem parte da pessoa para si, ou parte de você na pessoa. Como o presente e o recheio de seu corpo. É um sentimento inexplicável. – Que venho buscando explicar com os textos”.

Há algum tipo de preparação/ritual antes de praticar o fetiche, tipo alimentação?

“Eu não tenho nada disso. Eu não tenho tantas experiências assim e na verdade me considero apenas um mero aspirante no assunto. Eu respeito meus limites”.

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