O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, fez um discurso sobre inclusão nos estádios e bradou: “Estádio é lugar de gay, trans e de todos!”. O mandatário do clube participou do quadro Bola da Vez da ESPN. Nesse sentido, aproveitou o ensejo para falar sobre a segregação no meio futebolístico. Confira!
Veja também:
- Apesar de recorde histórico, investimento federal LGBTQIA+ ainda é insuficiente
- Legislação transfóbica desafia movimento trans e aliados a investirem em resistência institucional
- Associações defendem direitos de crianças e adolescentes no STF contra lei que censura a Parada LGBTQIA+
- CNJ proíbe discriminação de pessoas LGBTQIA+ na adoção, guarda e tutela
- Enquanto aguarda nomeação de Lula, PGR interina defende direitos de travestis e transexuais presas
- Como ser um aliado de pessoas trans sem invisibilizar e protagonizar seu papel
- Crivella deixa cariocas sem remédio para tratamento da AIDS
- Ex-empresário de Dudu Camargo diz que apresentador quer mudar imagem de gay assediando mulheres
- World Athletics diz que atletas trans não podem ser proibidos de competir em SP
- Assexualidade gera dúvidas e polêmica entre LGBTs
- Quadrinho do Chico Bento mostra conceito de família com casal gay
- Japão testa drogas anti-HIV contra coronavírus em meio a aumento de casos
- Homofobia: professor é espancado e torturado por horas após ter vídeo íntimo vazado
- Coronavírus: precisamos nos alarmar no carnaval? Dr. Maravilha explica
- Presidente Bolsonaro veta propaganda do Banco do Brasil que investia em diversidade
- Mocha Celis, uma escola com afeto e esperança
- Ney Matogrosso: o deus camaleônico da música brasileira
- Homofobia Velada
“O que é o estado da Bahia, a cidade de Salvador. Isso vai da característica regional. Nós somos a cidade mais negra do mundo fora da África. Nós somos uma cidade de base indígena muito forte. Uma cidade que se formou de uma presença indígena muito forte, da chegada dos portugueses, da chegada dos negros, e a nossa torcida até hoje reflete isso. Reflete essa riqueza, essa heterogeneidade”.
“Primeiro a gente precisou enfrentar a posição do torcedor na relação com o clube. O movimento de afundamento do Bahia também veio do outro lado de elitização do futebol brasileiro. Foi um movimento que aconteceu mais ou menos ao mesmo tempo. As construções das arenas, o super preço dos ingressos, a limitação de acesso aos estádios pelas pessoas que têm menor poder aquisitivo. E o torcedor do Bahia sofreu muito com isso. A gente via impacto na formação de torcedor, nas gerações que passavam a torcer pro Real Madrid, Barcelona, em vez de torcer para o clube que estava ali”.
“Existem duas estratégias de comunicação. A primeira é muito clara. De dizer ao negro, ao pobre, ao gay, ao indígena, que eles fazem parte da história da cidade do estado da Bahia. E eles precisam fazer parte do clube. Essas pessoas estavam assistindo jogos nos barzinhos da periferia da cidade, ou sequer isso, já não estavam se interessando pelo clube. Quando a gente diz ao gay ‘venha pro estádio, aqui é lugar de gay também’. É lugar de trans, de negro, de índio, de todos”.
“Eu vejo mais indiferença. Parece que é um problema que não pertence ao mundo do futebol. Parece que os desafios sociais, ou econômicos, os desafios de estado do Brasil passam à margem do mundo do futebol. E é impressionante como o estado brasileiro, como ele é configurado, ele tem impacto direto na formação ou na deformação do nosso futebol”, finalizou.