A declaração proferida pelo presidente Jair Bolsonaro, abordando o número de amputações de pênis por falta de higiene no país não está errada.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). “No Brasil, nós ainda temos por ano mil amputações de pênis por falta de água e sabão. Quando se chega em um ponto desse, a gente vê que nós estamos realmente no fundo do poço”, afirmou o presidente nesta quinta-feira, na saída de um encontro no Ministério da Educação.
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“Nós urologistas temos mutilado muitos homens para deixá-los vivos. Por uma lesão que é altamente evitável. O câncer de pênis é uma doença que pode ser prevenida. Com o simples fato de educar a população com educação sanitária”, destaca o coordenador de Câncer de Pênis e Testículo da Sociedade Brasileira de Urologia, o médico José de Ribamar Calixto. Foram contabilizadas cerca de 1,6 mil amputações nos últimos anos.
“São homens que demoram até um ano para conseguir atendimento médico e não tem noção de higiene corporal. Eles são também portadores de excesso de pele cobrindo a glande”, explica.
Segundo o Dia, Quando indagado sobre a forma ideal de lavar o pênis, Calixto ensinou. “Tem que expor a cabeça do pênis e simplesmente lavar com água e sabão. Tem que retirar as camadas mortas dali. Para isso, o homem precisa expor a cabeça do pênis para lavar. Se há excesso de pele e a glande não sai, não tem como lavar e esse é o caso do homem que tem fimose”.
Vergonha e tabu
O urologista ressalta que o tabu é um dos grandes problemas para a conscientização. “Homem não adoece. Homem não chora.Tem todo esse conceito machista em volta do homem e quando ele tem uma lesão no pênis é pior ainda. Ele se recolhe fazendo os tratamentos mais esdrúxulos possíveis”, comenta. “É difícil tocar no assunto. Da coceira, vermelhidão até chegar ao consultório, o homem leva um ano porque não tem política pública.”
“Se você não amputa esse pênis, que está doente, ele vai mandar uma filial para o pulmão, para o fígado. Nós temos homens que estão com pênis todo destruído e imploram porque eles não aguentam de dor ou de mau cheiro. E nós não estamos discutindo sexualidade, porque ainda existe o pós-amputação que geram diversos impactos”, finaliza Calixto.