Neste domingo (20), o apresentador Mohamed al-Gheiti foi condenado a um ano de prisão por ter entrevistado, em seu programa ao vivo, um jovem homossexual. O tribunal do Egito, país onde é transmitido o programa, o condenou por “desprezo à religião, libertinagem e propagar a homossexualidade”.
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De acordo com o G1, a denúncia foi feita à Procuradoria Geral pelo advogado egípcio Samir Sabry. A Agência Efe informou que, em suma, Gheiti foi acusado de “contradizer as regras e os pilares mais básicos religiosos”, ao mesmo tempo que “evita totalmente” as leis do país.
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“O apresentador começou a fazer muitas perguntas, todas sujas e de baixo nível. As respostas ao vivo foram todas inclusive piores. Não podem ser transmitidas na televisão nem em outros veículos de comunicação”, afirmou o advogado.
Além do período de reclusão, Mohamed al-Gheiti ainda pagará uma multa de 3.000 libras egípcias (R$ 626,72 no câmbio atual). Ainda como punição, realizará um ano de vigilância. O jovem homossexual apareceu com a imagem pixelada no programa Sah al Num do canal egípcio LTC. Essa não é a primeira vez que o apresentador retrata temas que geram profundo incômodo na população do Egito.
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Em agosto de 2018, ele entrevistou um jovem que relatou sua vida como profissional do sexo e a sua relação com um homem de um país do Golfo. Na ocasião, o programa foi apenas suspenso. Agora, o caso também compõe a justificativa do advogado Samir Sabry.
Sabry acredita que Mohamed al-Gheiti “começou a mencionar os lucros econômicos das práticas da homossexualidade que o homossexual obteve”. Sendo assim, fez “uma convocação para propagar a libertinagem”.
Atualmente, a homossexualidade não é crime no Egito. No entanto, as leis são severas com quem comete “libertinagem”. Recentemente, as autoridades reprimiram dezenas de membros da comunidade LGBT com penas de até três anos de prisão, com base em leis desse teor. Em alguns casos, a punição também foi justificada com a lei contra a prostituição.