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Pesquisa revela perfil da população carcerária LGBT no Recife

Publicado em 28/12/2018

Pesquisa realizada pelo Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+) em 10 unidades prisionais no Grande Recife revela o perfil da população LGBT mantida em cárcere. São cerca de 31 mil pessoas confinadas, dentre elas, 0,2% se autodeclaram lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou trangêneros. De acordo com o JC Online, o objetivo do levantamento é conseguir fortalecimento de políticas públicas para essa população.

A pesquisa faz parte do projeto Fortalecer para Superar Preconceitos III, que começou em novembro de 2018 e terminou este mês. Dentre os resultados preocupantes, está a situação jurídica das pessoas envolvidas.

No entanto, de acordo com o coordenador da pesquisa, Lucas Enock, não é muito diferente da população carcerária no geral. Foram 115 entrevistados e, dentre eles, 35% ainda não foram julgados. “É um índice alarmante, mas não muito distante do cenário geral dos detentos em Pernambuco. Segundo a Secretaria de Ressocialização, 51% dos presos no Estado não foram julgados”, informou o coordenador.

De acordo com informações dos pesquisadores, há quatro pavilhões destinados para o público LGBT, dentre os 10 presídios da Região Metropolitana do Recife. Três estão localizados no Complexo Prisional do Curado, Zona Oeste do Recife, e um no Presídio de Igarassu.

Os dados explicitaram que 66% da população LGBT com restrição de liberdade disse consumir drogas ilícitas. Dentre as mais usadas, está maconha, crack e cocaína. Essa informação leva a outro número: 37% dos presos estão nessa condição por conta de tráfico de drogas, sendo esse o maior motivo. A segunda maior causa das prisões é roubo, totalizando 30%.

Escolaridade

Quase metade dos entrevistados, 45%, disse ter ensino fundamental incompleto. 16% chegou a terminar o ensino médio. Dentro de alguns presídios, há a opção de dar continuidade aos estudos. 64% afirmou que não faz esse tipo de atividade, 33% estão matriculados e 3% não responderam.

Lucas Enock observou que, mesmo que haja remissão de pena por leitura de livros, a população encarcerada é bastante desmotivada. “Ouvimos muitos relatos de desmotivação para seguir estudando depois de presos. Consideramos fundamental a discussão sobre outras formas de diminuir a pena para além de dias trabalhados ou frequência na escola”.

L., de 30 anos, disse, inclusive ter sido discriminado por trabalhar e estudar no período em que ficou detido por roubo com arma de fogo. “Sou gay, sempre assumi. Fiquei um ano e três meses no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros, no Complexo do Curado. Sofri muito preconceito porque consegui trabalhar lá dentro. Também participei de um cursinho preparatório para o Enem. Fui agredido por mais de 30 homens, que fizeram um corredor para me bater. Cheguei no IML até com marcas de sapato no meu corpo. Saí da prisão há mais de um ano e ainda não fui julgado”.

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