O escritor João W. Nery, de 68 anos, primeiro homem transexual a ser submetido a uma cirurgia de redesignação sexual no Brasil, dividiu com os seus seguidores no Facebook, a má notícia na qual revelou que o câncer de pulmão, que estava em tratamento há um ano, chegou ao cérebro.
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Nery está em processo de radioterapia, complementando a que já faz nas glândulas suprarrenais, onde também tem nódulos e está no estágio três que, segundo ele, “não é dos mais curáveis”, porém ainda tem esperanças.
O ativista contou em seu relato no Facebook que descobriu a doença após ter desmaios súbitos e convulsões e a confirmação sobre o câncer ter chegado ao cérebro no último mês de agosto. A mensagem na rede social seria “para deixar os meninos de sobreaviso” e para que eles não parem de lutar pelos seus direitos.
Ele pediu ainda a união da comunidade trans. “Muitos garotos vem falar comigo que estão sofrendo transfobia dos próprios trans, porque não são sarados, não fazem academia e não tinham se hormonizado”, contou.
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“A transfobia causa muito sofrimento, então o que o transmasculino quer é fugir dessa dor, é fugir dessa discriminação, em princípio. Então, se hormonizando, tendo barba, engrossando a voz consegue se fazer inteligível para a sociedade e sofrer menos transfobia. Posso entender isso perfeitamente. Agora, isso não contribui para o movimento trans, até porque ele, muitas vezes, não quer ser reconhecido como trans, mas como homem cis”, completou.
Autor de outras três obras, João prepara o lançamento de mais um livro, intitulado “Velhice Transviada”, que já está em processo de finalização e tem editora para publicação. A produção é uma autobiografia atualizada que traz suas reflexões sobre transexualidade, velhice e colaborações de outros LGBTs idosos.