Às vésperas do dia dos pais, Marcelo Tas contou sobre a sua relação com o filho Luc Athayde-Rizzaro e como recebeu a sua transgeneralidade em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo.
Veja também:
- Apesar de recorde histórico, investimento federal LGBTQIA+ ainda é insuficiente
- Legislação transfóbica desafia movimento trans e aliados a investirem em resistência institucional
- Associações defendem direitos de crianças e adolescentes no STF contra lei que censura a Parada LGBTQIA+
- CNJ proíbe discriminação de pessoas LGBTQIA+ na adoção, guarda e tutela
- Enquanto aguarda nomeação de Lula, PGR interina defende direitos de travestis e transexuais presas
- Como ser um aliado de pessoas trans sem invisibilizar e protagonizar seu papel
- Crivella deixa cariocas sem remédio para tratamento da AIDS
- Ex-empresário de Dudu Camargo diz que apresentador quer mudar imagem de gay assediando mulheres
- World Athletics diz que atletas trans não podem ser proibidos de competir em SP
- Assexualidade gera dúvidas e polêmica entre LGBTs
- Quadrinho do Chico Bento mostra conceito de família com casal gay
- Japão testa drogas anti-HIV contra coronavírus em meio a aumento de casos
- Homofobia: professor é espancado e torturado por horas após ter vídeo íntimo vazado
- Coronavírus: precisamos nos alarmar no carnaval? Dr. Maravilha explica
- Presidente Bolsonaro veta propaganda do Banco do Brasil que investia em diversidade
- Homofobia Velada
- Professor de Direito do interior da Paraíba é novo Colunista do Observatório G
- Sair do armário, qual o real significado ?
Logo no início do texto, o jornalista lembrou que Luc, designado menina ao nascer, já dava indícios de ser do gênero masculino desde a infância. “Ele já tinha uma identificação com o gênero masculino. Ele se fantasiava de soldado e não gostava de vestidos, por exemplo. Foi uma nova surpresa quando ele trouxe isso. Resolvi estudar para entender que não tem nada a ver com sexualidade e, sim, com identidade. Percebi o quanto essa questão é central, a fundamental importância que a identidade tem na maneira que a gente enxerga o mundo e o mundo nos enxerga”, analisou.
Tas revela que o começo da transição de gênero do herdeiro não foi fácil, mas que recebeu orientações dos filhos cisgêneros Clarice e Miguel. “Quando fui apoiá-lo a mudar o nome e contar para a família, a Clarice falou: ‘O Luc é a mesma pessoa. Em vez de falar ela, nós vamos falar ele’. É assim mesmo, simples. E a gente faz um terremoto, deputados entram em discussões, surge o preconceito”, contou.
LEIA MAIS:
Polícia investiga se mulher é mandante da morte de policial LGBT em Paraisópolis
Justiça da Costa Rica ordena a Congresso revogar proibição do casamento homoafetivo
O o ex-âncora do CQC narrou um episódio que foi o divisor de águas para a sua aceitação e respeito. “Resolvi contar pessoalmente para os meus pais, que moram em Ituverava [interior de SP]. Meu pai, depois de ouvir em silêncio, contou que eles estavam com uma cozinheira nova. Ele disse: ‘A Luciana é ótima, mas o pessoal descobriu que ela é travesti e queria que a gente a demitisse. Eu pensei, ela chega no horário, cozinha bem, é educada, pra que eu vou demitir? Parece que Deus mandou a Luciana pra gente receber o Luc.’ Foi outra questão entre pai e filho, e percebi nele esse amor, essa generosidade”.
Sobre a transfobia, Marcelo Tas diz que a violência parte de algo muito particular e não deveria ser tratado de forma tão hostil. “Comecei a receber muitos fortes de filhos que apanham, que vivem situações quase que de prisão. E eu me sinto muito grato ao Luc porque ele me ensinou. Eu era ignorante, e a ignorância acompanha o preconceito. Todo pai tem que apoiar com afeto, procurar se colocar no lugar, ouvir, tentar entender a situação sem ser omisso”, concluiu.