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Ex-sargento relata homofobia em demissão do Exército por ser gay: “Viado não pode envergar o verde-oliva”

Publicado em 23/07/2018

Gay assumido, o potiguar, natural do Rio Grande do Norte, Graco Menezes Tarso, de 40 anos, relatou ser vítima de casos homofóbicos dentro das Forças Armadas, quando foi pressionado para se retirar da sua corporação após descobrirem a sua sexualidade.

Em entrevista ao UOL, o ex-sargento afirmou que apesar de nunca ter dito abertamente que era gay, os seus colegas passaram a deduzir por sempre estar junto com o seu namorado da época, um marujo. “Em um churrascos, chegou a rolar uma discussão, uma briga com outros sargentos que não aceitavam esse tipo de coisa. Para mim, sempre foi mais cômodo que tudo ficasse, de fato, mais velado –mas foi assim que acabou vindo à tona”, contou.

“Eu não ando com uma bandeira do movimento gay, e, na época, não queria mesmo que ninguém soubesse sobre a minha orientação. Hoje, lido com isso muito mais tranquilamente”, comparou.

Ainda na publicação, Tasso lembrou episódios de discriminação. “Eu trabalhava na formação dos recrutas. De repente, começaram a me perseguir veladamente –me tiraram disso e me puseram para ser instrutor da banda, mesmo eu não sendo músico.”

“Chegou ao ponto de meu subcomandante, à época, um major, me coagir a pedir para que eu saísse da corporação usando, para isso, minha orientação sexual. Ele dizia que ou era isso, ou eu seria expulso e isso chegaria à minha família”, recordou ele que acabou cedendo à pressão e assinou o pedido de baixa que se arrependeu logo em seguida, mas não conseguiu reverter a decisão.

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O arrependimento de Graco durou dois dias, mas mesmo assim a sua demissão estava bem adiantada, processo pouco comum em casos normais que pedidos como este podem levar dias para serem efetivados. “O trâmite processual foi incrivelmente rápido para a minha saída, quando, na realidade, quando alguém pede baixa, isso costuma levar dias. Nunca esqueço a frase do major: ‘Viado não pode envergar o verde-oliva e  o camuflado’ [cores tradicionais dos uniformes do Exército]. O mesmo sujeito que, tempos antes, tinha dito que eu era o melhor sargento do batalhão dele”, declarou.

O servidor chegou a tentar reverter a sua exoneração junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) mas o pedido foi indeferido. Em 2005, voltou para Natal, onde mora a família, e passou no concurso da PM potiguar. Foi chamado em 2006, e exerce a função, até atualmente. Apesar de ver o trabalho hoje em dia mais tranquilo acredita que o tema ainda é um tabu.

Casado com outro homem, desta vez um civil, o casal poupa expor a vida nas redes sociais. “Muita gente que condena um homossexual, seja ele militar ou não, não passa de gente frustrada e que deveria amar mais. Tem muito gay que não se assume, é mal amado e mal resolvido –esses são os que mais nos criticam. Uma pena. Mas eu tentei ser feliz”, finalizou.

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