A cantora trans Candy Mel, integrante da Banda UÓ, passou por momentos de tensão no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, antes de embarcar para Brasília neste final de semana, onde se apresentou para um dos últimos shows, que antecedem a pausa anunciada pelo grupo em outubro. Em uma série de vídeos no Instagram Stories, ela contou que passou por situações constrangedoras e de cunho transfóbico.
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De acordo com a artista, o problema começou, após apresentar documentos nos quais aparece o seu nome de batismo, ou seja, masculinos. “Eu estou detida aqui no aeroporto, porque dois caras queriam me revistar alegando que no meu documento constava [nome] masculino. Eles me coagiram, me levaram para uma sala com dois caras para fazer a revista em mim e eu não aceitei. E eu estou aqui, correndo o risco de perder o show de Brasília”, relatou.
“Eles não vão tocar em mim, eu não vou cooperar. Eu estava jurando que era uma revista comum de bagagem e de repente eles trancaram a porta (…) e pediram para eu tirar a roupa (…). Eu só não fui mais coagida porque a equipe inteira [da banda] estava aqui”, continuou.
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Após muita insistência, Candy decidiu ceder, porém com a revista em público e com os seios à mostra como forma de protesto. “Isso foi a minha forma de gritar. Rapidamente eles resolveram o ‘problema’, né? Eles queriam que fosse dentro de uma cabine, que ninguém tivesse visto aquela cena (…). Foi muito violento (…), eu fui tratada como uma criminosa, como alguém que não tinha direito de escolher o procedimento que fosse acontecer, como alguém sem direitos. Todo esse preconceito começa pelo fato de eles selecionarem a pessoa do nada, eles não estavam pedindo o documento de ninguém, eles pediram o meu”, declarou após conseguir embarcar.
Por fim, a cantora afirmou que irá procurar as medidas cabíveis sobre o caso. “Eu estava sofrendo constrangimento por parte das pessoas que estavam trabalhando lá, fazendo gracinha com a minha cara, algumas mulheres cis fazendo chacota. Marcando esse último show com um acontecimento muito violento comigo, com meu corpo, com a minha vida, com a minha existência (…). Eu vou tomar as providências dentro da lei, fiquem em paz”, finalizou.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a revista física pode ser realizada por um agente do mesmo sexo, mesmo sem o acionamento do detector de metais. A revista pode ocorrer em local público ou reservado, a critério do passageiro, e com presença de testemunha.