Quem vê a repórter trans Lisa Gomes Cordeiro no TV Fama, talvez não imagine o quanto foi difícil para ela se inserir dentro do mercado de trabalho por causa da sua identidade de gênero. Em entrevista ao UOL, a morena lembrou a árdua trajetória até conseguir espaço no programa da Rede TV!
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Há quatro anos cobrindo a vida dos famosos, a pernambucana, que mora em São Paulo desde os 19 anos, se deparou com as faces do preconceito, após o termino da faculdade de Jornalismo em Rádio e TV.
“Fiquei um ano batalhando. Cheguei até a fazer teste na Globo para entrar como produtora. Fui em outras emissoras. Não foi fácil. Quando chegava nas TVs, diziam: ‘Desculpa, mas a gente não tem patrocinador para o seu público'”, contou completando que as empresas não queriam atrelar seu nome a comunidade LGBT na época.
Lisa afirma não ter dúvidas que sofreu discriminação. “Lógico que a gente vai escutar ‘não’ ao longo da vida, mas escutar o ‘não’ já sabendo que é por puro preconceito é pior ainda”, lamentou.
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Porém, a jornalista não desistiu até conseguir a oportunidade na Rede TV!, na qual revela ter ido à entrevista de emprego “montada”. Hoje acredita ter a obrigação dar visibilidade aos artistas LGBT. “Eu tenho uma responsabilidade de mostrar para outras drags que a gente pode, sim, entrar para o mercado de trabalho, que existem portas abertas e que tem pessoas que acreditam em nosso talento”, afirmou.
Ainda na publicação, Lisa lembrou um desentendimento com a drag queen Pabllo Vittar, em setembro. Durante um evento, a assessoria da cantora a impediu de dar entrevista. “Fiquei chateada com a Pabllo, sim. Como cantora, ela teria que prezar pela nossa classe também”, desabafou ela.
“Foi estrelismo da assessoria e da Pabllo também. Temos tantos grandes artistas, como Ivete, que param e falam com a imprensa. Então, assim, o sucesso subiu à cabeça”, disparou.
Procurada pelo UOL, a assessoria de Pabllo preferiu não comentar o caso.