Uma pesquisa realizada em sete países da América Latina, no período de dezembro de 2015 e março de 2016, concluiu que 73% dos estudantes do ensino básico sofrem algum tipo de bullying homofóbico nas escolas. O resultado foi apresentado nesta quarta-feira (18) em audiência pública conjunta das comissões de Relações Exteriores; e de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
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O estudo ouviu adolescentes acima dos 13 anos, que se identificavam como LGBT. Cerca de 60% dos jovens se sentem inseguros dentro do ambiente escolar e 37% já foram vítimas de violência física. No Brasil, 1.016 alunos responderam ao questionário disponível na internet e de forma anônima.
Sete países participaram da pesquisa: Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Colômbia e México. Em todos eles, com exceção do Uruguai, as taxas ultrapassam os 50%. Resultado das políticas públicas adotadas pelo país em respeito à diversidade.
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“Primeiro país onde tem educação sexual para o respeito, tem leis protetivas. É o Estado que aprovou casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovou a questão do aborto, inclusive a liberação da maconha, ou seja, é um país onde a cultura é muito mais aberta às pessoas diferentes, e o fundamentalismo religioso não é tão preponderante”, afirma Toni Reis, diretor executivo da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros.
Outro dado importante é o fato de professores e pais serem completamente omissos na proteção daqueles que sofrem bullying homofóbico. Na Colômbia, por exemplo, foi identificado que 60% dos docentes não fazem nada para impedir ou acabar com a discriminação. A violência muitas vezes expulsam esses jovens das escolas, além de empurrá-los para a depressão, automutilação e suicídio.