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Pode parecer estranho, mas a norte-americana Angela King afirma com todas as letras que deixou de ser nazista e skinhead, após se apaixonar por uma mulher negra. “Eu tinha tatuagens por todo o corpo. Vikings tatuados no peito, uma suástica no dedo médio e um ‘sieg heil’, que era a saudação de Hitler, na parte de dentro do lábio inferior”, lembrou ela em entrevista à BBC.
Após passar anos namorando homens, brigando na rua motivada por preconceitos pelas diversas minorias, King, que cresceu em uma família conservadora, acabou indo parar na prisão. “As pessoas sabiam por que eu estava lá – eu recebia olhares e comentários de reprovação. Entendi que iria passar meu tempo lá encurralada, brigando”, disse.
No entanto, meio que inesperadamente, um chamado de uma das presidiárias negras para jogar cartas a fez repensar sobre o racismo. “Até então eu não tinha conhecido nenhuma pessoa de cor, e lá estavam essas mulheres que faziam perguntas difíceis, mas me tratavam com compaixão”, relatou.
Sentenciada a cinco anos de prisão, King acabou conhecendo diversas pessoas dentro da penitenciária e uma delas foi uma jamaicana, que de início não se deu muito bem, mas por fim acabaram encontrando mais afinidades do que diferenças. “Passamos muito tempo juntas e dividimos uma cela por um tempo. Ficou bastante sério, mas tínhamos que manter o segredo”.
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Após ser solta, em 2001, King não pensou em outra coisa a não ser se envolver cada vez mais com a comunidade LGBT e entender melhor de onde partia e como funcionava o extremismo. Determinada, King se matriculou em uma universidade e foi estudar Sociologia e Psicologia em uma faculdade comunitária.
Já formada, hoje Angela King faz parte do Centro do Holocausto, para quem dá palestras há um bom tempo. “Eu tenho muita culpa sobre quem eu era e pelas coisas que eu fiz para machucar outras pessoas e a mim mesma. Mas não teria começado esse trabalho se não tivesse vivido aquelas experiências”, disse.
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