A internet é feita por homens. De acordo com pesquisas recentes publicadas pela revista Veja, 67% dos funcionários do Facebook são homens enquanto na Apple o índice é de 68% e no Google o número chega a 69% de funcionários homens.
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Neste ambiente majoritariamente masculino um nome foi o personagem principal de uma matéria da revista: o nome de Evelyn Mendes, transexual e nerd assumida!
Termos que assustam os menos entendidos de informática, como Java Script, PHP, SQL, Asp.Net e Ruby, fazem parte do cotidiano da gaúcha transexual. Para mudar o cenário masculino, Evelyn, ensina linguagem de programação a garotas que queiram criar e programar seus próprios sites.
“É para elas seguirem em frente e poderem bater no peito e dizer ‘eu fiz isso aqui, eu sei programar”, contou Evelyn que afirma querer “empoderar” o público feminino que pretende trabalhar na área de tecnologia da informação.
Analista e desenvolvedora de sistemas, Evelyn trabalha na área há 15 anos e afirma que desde que começou seu processo de transição há 4 anos vem enfrentando preconceito no meio profissional.
“Sou uma mulher transexual. Se a empresa ou qualquer pessoa da empresa tiver problema com questões de diversidade e LGBT, peço que descartem minha candidatura. Se não, continuarei o processo feliz. O resultado? Nunca me chamaram” conta.
E se existe preconceito com mulheres transexuais, o mesmo acontece com as chamadas mulheres “cis” – pessoas que nasceram mulheres e que se identificam com isso.
“Tu não tem noção do que elas passam. São silenciadas, os homens pegam ideias delas para eles”, conta a programadora.
Evelyn conta que uma amiga qualificada tecnicamente foi a melhor em uma prova de seleção e chegou a ser chamada para a entrevista. O responsável pela seleção afirmou: “Chamei você para te conhecer porque o seu desempenho foi o melhor, mas não vou te empregar porque os homens não vão conseguir trabalhar com uma mulher.”
O exemplo faz com que Evelyn identifique o machismo como o maior dos preconceitos nas empresas de tecnologia.
“Se não conseguem nem lidar com o primordial, que é um homem tratar igualmente uma mulher, não tem como aceitar um gay, lésbica, trans ou negro”, declara a analista de sistemas.