‘Não queria usar uma peça feminina adaptada’, conta Flávio St Jayme
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O desejo de usar saias como mais uma opção no guarda-roupas fez o escritor e agora empresário Flávio St Jayme, de Curitiba, no Paraná, lançar uma marca com modelos exclusivos da peça típica do vestuário feminino, mas voltadas para os homens. As vendas são feitas exclusivamente pelo Facebook e pelo Instagram.
Ele conta que comprou a primeira saia em São Paulo. A peça tinha elástico na cintura, o que não o agradou muito. “Disseram que era unissex, mas achei que eu poderia fazer algo diferente, que ficasse melhor nos homens, com cós e passador de cinto, por exemplo. Não queria usar uma peça feminina adaptada. Queria ter algo masculino.”
Diante da necessidade, decidiu comprar uma máquina de costura para confeccionar as próprias saias e lançar a “Narciso – Saia do Comum”, marca inspirada no nome do deus grego que remete à beleza masculina. “Está dando certo. As pessoas estão gostando, sugerindo modelos e comprando”, comemora.
Ele decidiu vender as produções porque imaginava que outros homens tinham a mesma dificuldade de acesso a uma variedade maior de modelos voltados para eles. A ideia inicial era atingir o público gay, além de artistas e homens mais estilosos. Mas, entre os clientes estão também mulheres que compram as saias para presentear os companheiros.
Além das costumizações, o diferencial é o preço. Enquanto achava saias à venda por R$ 350 em média, a mais cara que Flávio produz é vendida a R$ 150. A novidade atraiu compradores de Curitiba, São Paulo e Brasília.
O empresário também é modelo das saias que produz e diz usá-las com moderação. “Muitos até me perguntam se deixei de usar calça. Digo que não. Tenho calças, bermudas, macacão e agora as saias, que são mais uma opção. Só não uso ainda em todo lugar. Nunca fui ofendido por isso. Pelo contrário, fui elogiado. Mas, sei que essa atitude ainda não é muito bem aceita pelas pessoas”, aponta.
Sobre a resistência às saias para homens, o gerente comercial Marlon de Paula classifica como normal e que deve mudar com o tempo. “Sempre tem aquelas pessoas que ficam julgando, mas nunca liguei para isso. A maioria olha aceitando, gostando. Estão mudando de ideia, como aconteceu com a barba, que hoje é moda”, observa ao destacar o conforto da peça como um dos pontos fortes. “Dá para usar em qualquer situação, para trabalhar, para sair. É igual outra roupa, mas muito mais confortável”.
Fonte: G1