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“Tem sapatão morrendo”, desabafa Bruna Linzmeyer sobre os crescentes casos de homofobia

Publicado em 06/09/2019

Edição: Matheus Henrique Menezes

Convidada para estrelar a nova campanha da Loungerie, Bruna Linzmeyer falou abertamente com o Observatório G sobre questões polêmicas como políticas e discursos controversos do presidente Jair Bolsonaro, homofobia, apoio que recebe e dá para membros da comunidade LGBTQ+, em especial, e também do seu namoro com Priscila Visman.

“Sou uma mulher branca, jovem, bonita, dentro desses padrões de beleza, atriz de televisão, conhecida, com dinheiro [risos]. Há retaliações por eu ser sapatão, mas comigo não vai acontecer muita coisa. Mas, sim, tem sapatão morrendo, tem sapatão sendo expulsa de casa e esses discursos [políticos] vêm sendo autorizados por essas autoridades”, disse. Confira!

Você conquistou uma rede de apoio por conta de tudo o que vem passando?

“É um trabalho nosso como humanos, independente do gênero, classe, tecer uma rede, um apoio, um suporte. Quando a gente percebe que não está só, é por conta de um trabalho que a gente fez. Não somos todos iguais.”

Como é o retorno das pessoas?

“Tem muita mulher na rua que vem me agradecer, que vem falar que conseguiu falar com a família e tal: ‘Obrigado. Não para, continua’. Minha real obrigação é devolver esse obrigado, por estar neste mainstream, porque só estou aqui porque essas mulheres estão comigo, estão do meu lado. Fazer uma campanha de lingerie é tudo muito novo, não estou sozinha, representar o que eu represento neste momento é porque essas mulheres me dão suporte.”

Depois que você assumiu seu namoro, sentiu algum tipo de preconceito em relação ao trabalho, convites para campanhas?

“Retaliações acontecem em níveis não falados, retaliações acontecem o tempo todo. Vez ou outra eu percebo. Há retaliações por eu ser sapatão. Ainda vivemos num mundo preconceituoso e conservador. Há muita gente que quer trabalhar comigo por ser quem eu sou. Eu faço um filtro com quem vai trabalhar comigo. E tá tudo certo. E a gente vai tecendo as nossas redes.”

O fato de você ser atriz ajuda pessoas anônimas por conta da sua mensagem, dos seus trabalhos. Você trabalha numa empresa que respeita a diversidade, mas será que uma engenheira teria mais dificuldades que você no ambiente de trabalho, na vida, para ser aceita?

“É a mesma coisa que a engenheira. Está amplificado pra mim por conta da mídia. É porque vocês [mídia] não vão lá perguntar pra engenheira, mas a gente vive as mesmas coisas.”

Você tem receios de se manifestar em locais públicos com a sua namorada por conta das falas do presidente Jair Bolsonaro que dá poder as ações homofóbicas?

“Sou uma mulher branca, jovem, bonita, dentro desses padrões de beleza, atriz de televisão, conhecida, neste momento da minha vida com dinheiro [risos]. Comigo não vai acontecer muita coisa. Estou bem privilegiada, mas, sim, tem sapatão morrendo, tem sapatão sendo expulsa de casa e esses discursos vêm sendo autorizados por essas autoridades. Então, sim, me preocupo. Me preocupo não só com violências extremas mas, sim, me preocupo com cada mulher que vai ficar presa dentro de si mesma, que não vai conseguir amar uma outra mulher por medo do que vai estar em volta. Mulheres que não vão poder viver amor, paixão, sexo prazer, vida…”

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