Por André Junior
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Mauro Souza, filho do criador da “Turma da Mônica”, Maurício de Sousa, ganhou espaço na mídia e rendeu inúmeros comentários nas redes sociais na última segunda-feira (13), logo após uma foto ao lado de seu namorado Rafael Piccin ser postada no Instagram pelo pai.
Mauro, que já tentou carreira na música e na dramaturgia, faz parte da equipe de criação dos quadrinhos da “Turma da Mônica” e tem até mesmo um personagem inspirado em sua infância. Em entrevista ao Observatório G, Mauro fala sobre a importância da discussão acerca da homossexualidade é muito mais. Confira:
Mauro, há quanto tempo você faz parte da equipe da “Turma da Mônica”?
“Desde 2010. Antes, dedicava-me apenas à carreira de ator e músico.”
Até os dias de hoje, quem desenha e produz o roteiro das histórias é o seu pai?
“Hoje, temos na MSP aproximadamente 200 desenhistas e equipe de produção gráfica e 20 roteiristas criando historias da Turma da Mônica diariamente, e todas passam pela aprovação do próprio Maurício e da Marina, minha irmã e Diretora de Conteúdo.”
Quantos fazem parte desta equipe, e quais de sua família estão juntos nos quadrinhos e HQs da Mônica?
“Somos aproximadamente 400 funcionários diretos na MSP e dentre eles, estão primos, sobrinhos e irmãos, como, por exemplo, a Mônica, Diretora Comercial, e a Marina, Diretora de Conteúdo, ambas personagens das HQs.”
Seu pai, Mauricio de Sousa, já havia falado antes sobre a sua sexualidade ou esta fora a primeira vez? Por qual motivo você acredita que isto aconteceu desta forma e neste momento apenas?
“Foi a primeira vez que meu pai falou abertamente ao público, porém já falávamos sobre o assunto desde quando eu me assumi, aos 18 anos, e sempre de maneira respeitosa e compreensiva. Não houve nenhum motivo específico para a foto ter sido postada agora. Ele gostou e postou.”
Como fora o seu processo de aceitação? O processo de autoaceitação é imprescindível, mas falar com os pais se faz necessário? Você acredita que este ritual precisa acontecer?
Conversar com os pais sobre o assunto vai da vontade de cada pessoa. No meu caso, eu sempre tive uma relação de muita transparência e confiança com meus pais, então eu senti a necessidade de contar por ser algo muito relevante na minha vida. A reação positiva deles fez toda a diferença para eu me tornar a pessoa bem resolvida e feliz que sou hoje.”
Você já foi representado nas obras de seu pai? Se sim, você se sente de fato representado dentro dos quadrinhos?
“Sim! O personagem Nimbus foi inspirado em mim e me sinto representado por ele, uma vez que ele tem as principais características que eu tinha quando ele foi criado (1994). Na época, meu sonho era ser mágico e eu só assistia a canais de meteorologia, já que eu tinha pavor de chuvas e tempestades.”
A Turma da Mônica já abordou ou pretende abordar a homossexualidade em suas obras?
“Já abordamos de formas sutis e pretendemos abordar mais, sim. Mas no nosso tempo, sem pressa e com muito planejamento.”