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Pedro HMC celebra sucesso do Põe na Roda: “Recebo todo dia mensagem de LGBTs que se sentem ajudados pelo canal”

Publicado em 26/12/2018

Entrevista: André Leite

Criador do “Põe Na Roda“, maior canal LGBT no Youtube do Brasil, Pedro HMC comemora 5 anos de sucesso.

Anteriormente roteirista, Pedro dirigiu com maestria o “Furo MTV”. E passou também pelo “Amor e Sexo” da Rede Globo.

Com girias da comunidade, muito bom humor e informação, o “Põe na Roda” acumula 80 milhões de visualizações.

Pedro chama atenção também por seu físico nas redes sociais. E conta com um livro de nome “Um Livro para ser entendido” em seu currículo.

A obra aborda dúvidas e assuntos pertinentes ao jovem gay no Brasil. E tem a proposta de desmistificar alguns mitos.

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Tudo sobre Pedro HMC

– Sua formação é de designer, mas trabalhou como roteirista na TV também. Você consegue nos contar em ordem cronológica como as coisas aconteceram?

Eu comecei a trabalhar como webdesigner e designer gráfico porque tinha um site das spice girls quando adolescente (uns 16 anos).

E fazia tudo nele (desde o html, programação até o layout).

Aí fiz uns cursos de html, photoshop, etc. E logo comecei a trabalhar mesmo na área. Fui fazer faculdade de design digital. Comecei estágios em agências de publicidade/lojas online até trabalhar fixo na área…

Mas com o tempo, a veia criativa queria mais rs eu tava insatisfeito, inquieto. Mais tarde, tive um namorado ator de comédia (lá por uns 24 anos). Pra quem comecei a escrever uns textos porque eu tinha muita ideia…

Com o tempo, fui escrevendo pra amigos deles também, ainda como hobby. Eles gostavam e eu fazia.

Humor

Gostava de escrever humor embora não tivesse vontade de subir no palco. Através de pessoas que fui conhecendo na área, uma vez me chamaram pra trabalhar na MTV Brasil escrevendo um programa de humor diário, que era o Furo MTV, em 2012.

Larguei de vez a vida de designer e foquei 100% em roteiro desde então, que descobri que gostava muito mais.

Aí foram 3 anos escrevendo Furo MTV, Adnet Ao Vivo, VMB, Comédia MTV. E depois fui pra Band junto com a Dani Calabresa. Ao ter um projeto cancelado, decidi que ia criar um canal no Youtube.

Pra extravasar mesmo a saudade que tinha da MTV de escrever o que quisesse com toda liberdade criativa e autoral que só a Internet – ou uma TV como a MTV antiga – poderia permitir.

Isso era 2014. A princípio eu pensei em criar um canal de humor. Mas ao ver que a área já estava saturada com Porta dos Fundos, Parafernalha e muitos canais de humor surgindo, fui pensar no que eu realmente gostaria de assistir mas não via sendo feito.

Veio a ideia de criar um canal pra falar sobre ser gay de maneira humorada, eu queria muito manter o foco na comédia.

Não fazia ideia do que esperar e desde o primeiro vídeo – que do nada teve 18 mil visitas em um dia – satirizando a situação da falta d’agua em São Paulo a relacionando a chuca e de que maneiras gays poderiam ajudar a economizar água.

Os vídeos seguintes também viralizaram muito rápido, o que ajudou o canal a se projetar rapidamente. O que também assustou um pouco porque foi de cara, e também gerou muita cobrança e responsabilidade.

A chegada do Põe na Roda

– O canal veio antes ou depois de escrever para televisão?

Veio depois. Comecei a escrever pra TV em 2010, o canal surgiu em 2014.

Pedro, qual o motivo do nome “Põe na Roda”? O intuito era inicialmente ser cômico ou abordar o sexo para o mundo lgbt?

Era pra ser cômico mesmo. Eu amo trocadilhos e achei que Põe Na Roda seria um nome engraçado pra um canal que fala do universo gay.

O intuito era abordar questões que eu não via na mídia ou que via sendo mal representadas na minha opinião sobre o mundo gay. Pensava: Por que existe canal pra idoso, dona de casa, canal de esportes, canal pra criança, mas não tem canal pra gay na TV a cabo?

Decidi criar o que seria um canal de conteúdo pro público gay, que também fala de sexo claro, mas também tem vídeo informativo, entretenimento, com uma programação variada, programas fixos, sempre lançando formatos novos, por aí.

Ajuda

– Através do “Põe na Roda” você ajuda milhares de pessoas lgbt no país, talvez no mundo, com o passar do tempo você sentiu a obrigação de amadurecer os assuntos abordados nos vídeos?

Totalmente! Quando eu lancei o canal não fazia ideia da responsabilidade que ganharia.

Em uma semana de canal lançado tinha veículo ligando querendo saber minha opinião sobre alguma pauta LGBT e eu nem sabia direito pautas além da letra G, que é a minha realidade e vivência.

Isso foi maravilhoso porque com a cobraça me obriguei a ir atrás desse conteúdo pra poder passar isso a frente.

Foi maravilhoso fazer cada vídeo do canal sobre lésbicas, mulheres trans, homens trans, aprender muito em cada um e me tornar uma pessoa melhor, um LGBT mais informado além de sua própria bolha.

E ainda tem muito por vir, bissexuais por exemplo tem um ou dois vídeos até hoje enquanto sobre trans tem mais de 30!

Ao mesmo tempo, também há vídeos onde um mesmo assunto serve pra todas as letras, ou que seja sobre uma mas que também se aplica a outras…

Percebi que o canal também poderia ser sério quando fiz o primeiro vídeo com mães, que não era um vídeo engraçado e a resposta do público foi maravilhosa!

Entendi que podia ir além ali. Recebo todo dia mensagem de LGBTs que se sentem ajudados pelo canal, que se informam, que buscam ajuda…

Com isso, por exemplo, também criei o programa Ajuda Põe Na Roda, com um psicólogo sempre (o Doutor Cláudio Picázio) pra debatermos casos reais da audiência, de sexualidade, comportamento, dúvidas…

Segurança

– O que os gays precisam para se sentirem mais seguros de si mesmos profissional e sexualmente, em sua opinião?

Acho que naturalmente como LGBT a gente acaba sendo muito inseguro ao longo da vida, principalmente quando mais novo.

A gente cresce buscando uma aprovação que não tem da família, da sociedade, e fica se sentindo errado, menos, incompleto, enfim. Isso se traduz nos índices muito mais altos entre LGBTs de depressão, suicídio, dificuldade de socialização, doenças de ordem mental…

Até a gente se desconstruir e entender que pode ser quem a gente é, se assumir e viver plenamente (coisa que muitos nem chegam pelo medo, estratégia de defesa dessa sociedade homofóbica, falta de coragem, etc), a gente fica muito inseguro. A recomendação então seria: se aceitar, se aprovar, se amar…

Parece texto de auto-ajuda, mas é isso mesmo. Fazer por si próprio o que a gente não encontra tão facilmente vindo da sociedade. Acho que é a “cura” mais possível pra viver com segurança em si mesmo.

Política

– Você aborda assuntos políticos no canal?

Sim! Nessas últimas eleições principalmente, onde a gente tinha de um lado um conservadorismo assustador e que pode nos fazer regredir na nossa luta, e do outro um partido odiado por muita gente, não teve como não se posicionar, não dava pra lavar as mãos tendo um mínimo de consciência.

Fiz alguns vídeos falando sobre candidatos, como pesquisar senador e deputado, como lidar com parentes que votam em candidatos homofóbicos, muita das dúvidas que recebi da audiência do canal.

Fora isso, tem o Deu Na Semana, que é um jornal com notícias LGBT, onde política sempre acaba entrando em alguma matéria, tanto do que acontece no Brasil como fora do país.

Futuro

– Em 2019 o canal completa 5 anos, quais são os seus planos para o próximo ano?

Na parte criativa é fazer o que sempre fiz: continuar criando vídeos, inventando novidades pra manter a audiência interessada no conteúdo.

Mais desafiador que lançar um canal e fazer um vídeo viralizar é manter o público que te segue interessado, fazendo questão de continuar acessando seu conteúdo mesmo muito tempo depois.

Quanto aos temas, quero falar mais de bissexuais e também de coisas que o canal falou muito pouco ou nada até hoje, que são pessoas gênero fluido, gouinage, trisais, todas as formas mais novas de relacionamento, sexualidade e gênero.

Fico maravilhado com toda essa diversidade! Ah, voltar com personagens e quadros que as pessoas amavam e pedem a volta até hoje: Escolinha de Drags, Glorinha KY, Piores Chats no Grindr, quadros que tb tenho saudade de fazer!

Ah, e viagens td que oferecerem eu vou rs… Eu amo fazer e é uma oportunidade única na vida poder conhecer destinos LGBT Friendly e ainda usar isso como conteúdo pro canal. Quanto a parte técnica do canal, quero muito conseguir ter uma equipe fixa pra me ajudar porque até hoje faço quase tudo sozinho fora a parte comercial.

Um editor, produtor… ainda é um desafio porque os ganhos são bem variáveis tendo um canal LGBT… Já ganhei muito bem e tive tempos em que não entrava o suficiente. Isso porque, fora os ganhos do Youtube, o mercado publicitário ainda é predominantemente conservador, maior parte das marcas ainda teme se associar ao tema por medo de se posicionar e perder público.

Ou só se associa em época de Parada LGBT e depois some… Ao mesmo tempo, estamos evoluindo nessa questão e não dá pra reclamar porque já foi muito pior (ou impossível mesmo!).

Nos cinemas?

– Site, canal no YouTube e livro, qual será o seu próximo passo?

Fazer evoluir estes três objetivos já conquistados eu acho que já será um grande passo. Um segundo livro, uma equipe pra escrever pro site e uma equipe pra me ajudar tecnicamente no Youtube. Do que eu ainda não fiz, adoraria fazer uma webserie LGBT no canal… um filme no cinema seria sonhar muito alto será? rs

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