Na última sexta-feira (16), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, foi a sorteada como relatora da notícia-crime contra o ministro Ricardo Salles. O autor da acusação para a corte foi o delegado Alexandre Saraiva, que acusa Salles da obstrução na investigação ambiental no estado do Amazonas, organização criminosa e favorecimento para alguns madeireiros.
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O delegado que assina a notícia-crime também pede a investigação para o presidente Eduardo Bim do IBAMA (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos naturais renováveis) e do senador Telmário Mota (PROS). O não esperado foi a troca repentina dele do comando da unidade regional da corporação no Amazonas por Leandro Almada. Tudo indica que houve orientações ao diretor geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, para realizar estas ações.
Não é de hoje que nosso ministro Ricardo Salles se envolve em questões polemicas em assuntos diretos que envolvem sua grande responsabilidade, o meio ambiente. O ministro já foi denunciado outras vezes de favorecer madeireiros ilegais. A denúncia ganha um aspecto incisivo em cima de Salles devido o vazamento de mensagens de madeireiros ilegais declarando a queda do comando do delegado Saraiva, como “alvo a ser batido”.
Quem não lembra da declaração do ministro do meio ambiente em 22 de abril de 2020 sobre “passar a boiada”, quando ele justificava mudar regras ambientais, em reunião do conselho, sendo responsável pela derrubada de quatro resoluções que tratavam da preservação do meio ambiente em 28 de setembro de 2020. Salles em outubro do ano passado também defendeu o uso de fogo controlado e a criação de gado para combater as queimadas no pantanal, sendo considerado por especialistas esta fala um verdadeiro mito.