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Direito a Deus

A Incoerência que vincula os Direitos LGBTIs ao Fim dos Tempos 

Os conservadores pregam que a concessão dos direitos civis aos gays, lésbicas e transgêneros é sinal do fim dos tempos. Mas, isso não deveria ser positivo?

Publicado em 27/04/2022

Por muitos anos eu ouvi o discurso de que a sociedade não poderia deixar os gays e lésbicas obterem direitos civis porque, caso isso acontecesse, o Brasil viraria uma Sodoma.

Além disso, imagino que todos os leitores já tenham ouvido alguém associar a concessão de direitos civis aos gays, lésbicas e transgêneros ao fim dos tempos, narrado na Bíblia.

Acho interessantes essas falas porque os religiosos não percebem o quão contraditórias elas são. Reflitam comigo.

O Livro de Apocalipse faz uma narrativa dos últimos acontecimentos até o grande dia da volta de Jesus Cristo. O livro finaliza relatando o fim de Satanás, o Juízo Final e os Novos Céus e Nova Terra. O versículo 6 do capítulo 22 assim diz:

E disse-me: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer.”

Por sua vez, o versículo 17 do mesmo capítulo diz sobre a postura que devemos ter enquanto cristãos:

E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida”. E o livro finaliza dizendo: “Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!”.

Esse deve ser o sentimento de quem aguarda a volta de Cristo.

Ora, se as igrejas tradicionais pregam que nossos direitos são um sinal do fim dos tempos, não seria mais coerente eles ficarem felizes, pois seria também um sinal de que a volta de Jesus está próxima?

Ao contrário, eles se voltam contra os nossos direitos e militam nesse sentido, como se isso tivesse sido determinado por Jesus, quando Ele falou do Princípio das Dores no Evangelho Segundo Mateus 24.

Cristo começa a ensinar os discípulos acerca de sua vinda e do fim do mundo. Jesus fala dos falsos cristos, guerras e rumores de guerras e os adverte: “olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim”.

Jesus segue falando que nação se levantaria contra nação, reino contra reino e que haverá fomes e pestes, e terremotos em vários lugares. Disse, ainda, que o evangelho do Reino será pregado em todo o mundo em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.

No versículo 29, Cristo segue narrando que logo após a aflição, o sol se escurecerá e a lua não dará a sua luz, e então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.

Então Cristo diz: “Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, às portas”.

Nas parábolas que se seguem, Jesus alerta sobre a vigilância. Em nenhum texto a Bíblia determina que os cristãos lutem para impedir os fatos que precedem a volta de Cristo.

Não deveriam, então, eles olharem para nós, segundo a ótica deles, e declararem “Maranata, Ora vem Jesus”, do mesmo modo que eles observam as guerras, pestes, fomes e os demais sinais descritos na Bíblia? Não deveriam ter a mesma postura?

Se um cristão vê guerras, ele diz: “eis o fim dos tempos. Jesus está às portas. Amém!”

Se um cristão vê um direito sendo concedido aos LGBTQIAP+, ele diz: “eis o fim dos tempos. Jesus está às portas. Vamos lutar contra”.

Há coerência nisso? Eu não enxergo!

Aliás, bem disse Jesus aos fariseus, no relato descrito por Mateus 23:16 – “Ai de vós, condutores cegos!”

É isso mesmo, nem enxergam as verdades espirituais e ainda conduzem os demais para o mesmo caminho de engano.

E o mais interessante de tudo é quando Jesus fala nesse contexto do fim dos tempos e também diz aos fariseus: “Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; e uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade.”

Quem mais tem sido perseguido nesses tempos?

Atualmente, há em torno de 50 países que perseguem cristãos. A perseguição extrema se concentra em alguns países do norte e nordeste da África e do Oriente Próximo, na Ásia; a perseguição severa existe em um pedaço da América Central, parte da África e Ásia. Em sua maioria são países muçulmanos, onde gays, lésbicas e transgênero também são perseguidos.

Em países que aceitam o cristianismo, os cristãos costumam ter grande influência, inclusive, na perseguição das lésbicas, gays e transgêneros.

Por outro lado, há 69 países que ainda criminalizam pessoas LGBTQIAP+. Além disso, todos os países cristãos apresentam ressalvas em relação aos gays, lésbicas e transgêneros, sendo que em muitos nós somos escancaradamente perseguidos e mortos, como no Brasil, que é um país onde poderíamos viver pacificamente, mas o discurso cristão chancela as mortes cruéis cometidas contra os LGBTQIs.

Aliás, não se vê matérias jornalísticas falando que um LGBTQIAP+ agrediu um cristão pelo simples fato de ele ser cristão, mas a gente vê cristãos agredindo LGBTQIAP+, simplesmente por ser uma pessoa LGBTQIAP+.

Teria Cristo dito que era para ser assim? Ou será que os Cristãos não sabem nem o que a Bíblia diz e seguem induzidos por condutores cegos?

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