A Polícia Militar de SC fez história em 185 anos de sua fundação. É que, logo após a retificação do seu nome e gênero nos documentos, a Sargento Priscila Diana solicitou a atualização dos seus dados cadastrais na corporação ao qual já fazia parte.
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Priscila Diana, que já atende à PM de Santa Catarina há 20 anos, sem nunca ter tido nenhuma punição, enfrentou dificuldades para ter seus registros atualizados na corporação, pedido que se arrasta em um processo de anos.
Cabe aqui destacar que, desde 2018, por decisão do Supremo Tribunal Federal, pessoas trans podem solicitar a retificação de seus assentamentos no registro civil diretamente no cartório onde foram registradas, sem a necessidade de comprovarem seu gênero por laudos médicos, psicológicos ou cirurgias de readequação.
Segundo o Híbrida, mesmo Priscila tendo apresentado sua nova certidão de nascimento e um requerimento formal solicitando a mudança do seu nome nos registros da corporação, a resposta foi negativa.
Resistência e luta
Por se tratar do primeiro caso na história da Polícia Militar de Santa Catarina, fundada em 1835, uma série de questões foram levantadas sobre a sua permanência e o respeito à sua identidade de gênero a partir da necessidade de adequação em situação funcional.
Diante da negativa, ela decidiu buscar auxílio judicial e a movimentação gerou um debate importante sobre como a sociedade vem tratando as pessoas trans e a nossa luta pelo direito à empregabilidade, assim como o acesso ao mercado formal de trabalho.
Priscila Diana, que ascendeu a sargento na Polícia Militar de SC, afirma já ter trabalhado em diversas áreas na PM sem nenhuma dificuldade, chegando a comandar um grupo tático na instituição. Ainda assim, precisou lutar pelo direito de seguir desempenhando sua função, agora com seu nome em registro.