A Polícia Federal prendeu uma quadrilha, nesta quinta-feira (09), na Operação Fada Madrinha, que sequestrava e traficava transexuais para a Itália. As vítimas foram encontradas em uma casa de Franca (SP) onde eram mantidas em cativeiro e eram obrigadas a se prostituir para poder pagar a diária no valor de R$ 170. As informações são do G1.
Veja também:
- Apesar de recorde histórico, investimento federal LGBTQIA+ ainda é insuficiente
- Legislação transfóbica desafia movimento trans e aliados a investirem em resistência institucional
- Associações defendem direitos de crianças e adolescentes no STF contra lei que censura a Parada LGBTQIA+
- CNJ proíbe discriminação de pessoas LGBTQIA+ na adoção, guarda e tutela
- Enquanto aguarda nomeação de Lula, PGR interina defende direitos de travestis e transexuais presas
- Como ser um aliado de pessoas trans sem invisibilizar e protagonizar seu papel
- Crivella deixa cariocas sem remédio para tratamento da AIDS
- Ex-empresário de Dudu Camargo diz que apresentador quer mudar imagem de gay assediando mulheres
- World Athletics diz que atletas trans não podem ser proibidos de competir em SP
- Assexualidade gera dúvidas e polêmica entre LGBTs
- Quadrinho do Chico Bento mostra conceito de família com casal gay
- Japão testa drogas anti-HIV contra coronavírus em meio a aumento de casos
- Homofobia: professor é espancado e torturado por horas após ter vídeo íntimo vazado
- Coronavírus: precisamos nos alarmar no carnaval? Dr. Maravilha explica
- Presidente Bolsonaro veta propaganda do Banco do Brasil que investia em diversidade
- Homofobia Velada
- Professor de Direito do interior da Paraíba é novo Colunista do Observatório G
- Sair do armário, qual o real significado ?
Caso não conseguissem arrecadar o valor para pagar a “estadia”, elas eram agredidas com barras de ferro e pedaços de madeira com um prego na ponta, tinham a cabeça raspada ou até mesmo deixadas nuas em em rodovias na região. Ao todo cerca de 14 transexuais foram resgatadas do imóvel.
As jovens eram aliciadas pelas redes sociais, com a promessa de procedimentos cirúrgicos faciais e corporais e também a participação de concursos de beleza no país europeu. “Para realizarem o seu sonho, teriam que pagar uma diária, dos quais R$ 70 para hospedagem e alimentação, R$ 50 para aquisição de roupas, perucas, sapatos e outros acessórios fornecidos exclusivamente pelos investigados, e os outros R$ 50 da chamada ‘poupança da transição’, para financiar os procedimentos cirúrgicos, prótese mamária e silicone industrial”, explicou a delegada da PF Luciana Gebrim.
As mulheres trans consideradas “promissoras”, dedicadas aquelas que costumavam faturar alto com a prostituição, eram enviadas para Itália, onde as dívidas aumentavam. “Caso não conseguissem o valor mínimo, elas eram humilhadas de diversas formas”, relatou Gebrim.
LEIA MAIS:
Filha lésbica fala de relação com o pai em nova campanha da SKOL
Do Piauí, Coletivo RaSHa SHow promove batalha artística em Salvador
A Polícia vem investigando o caso desde novembro de 2017, após vizinhos da casa em Franca registrarem um boletim de ocorrência por perturbação de sossego e da ordem. Na ocasião, várias transexuais foram levadas para a delegacia e, em depoimento, relataram o esquema.
Todas as 14 transexuais resgatadas do imóvel, nesta quinta-feira, passaram por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Franca. E devem ser acolhidas e assistidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O local de destino delas não foi informado pela procuradora.