Desde o último domingo (19), os campos onde são disputados os regionais da Inglaterra ganhou a presença feminina de Lucy Clark, a primeira árbitra transexual do mundo, que estreou após passar por uma crise que chegou a cogitar tirar a própria vida, quando ainda atendia pelo nome de Nick, e já exercia o trabalho como juiz de futebol masculino.
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Taxista de profissão, Clark disse, em entrevista ao jornal Sunday Mirror, entender o estranhamento inicial das pessoas, mas espera que entendam e a aceitem do jeito que é. “Guardei este segredo durante a maior parte da minha vida, mas agora é tempo de ser eu própria. Acredito que as pessoas fiquem um bocado chocadas quando me virem entrar em campo, mas eu sou a mesma pessoa. Apenas tenho uma aparência diferente da que tinha antes. Vai ser bom não viver em dois mundos diferentes e puder finalmente ser eu própria. Quero ainda inspirar as outras pessoas a serem elas mesmas”, afirmou.
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A transição de gênero de Lucy foi altamente apoiada pela Federação Inglesa de Futebol. Apesar disso, ela confessa que tem receio da reação do público. “Com os jogadores eu consigo lidar, pois nesse caso tenho sempre cartões amarelos e vermelhos para dar. Na verdade, o que eu temo mesmo é a reação do público. Tenho estado a preparar-me para os comentários negativos. Não quero perder o controle e não quero ter de apresentar queixa nos clubes por causa dos seus adeptos”, explicou.
Lucy Clark tem 46 anos é casada e têm três filhos, e admite que lutou 30 anos contra o gênero com qual foi designada ao nascer e o que de fato se identifica.