Uma mulher transexual identificada como Jéssica Oliveira, de 28 anos, foi brutalmente agredida a pauladas e até com golpes de cadeira por pelo menos quatro pessoas em uma lanchonete em Taguatinga do Norte, no Distrito Federal, durante a madrugada de domingo (1°).
Veja também:
- Apesar de recorde histórico, investimento federal LGBTQIA+ ainda é insuficiente
- Legislação transfóbica desafia movimento trans e aliados a investirem em resistência institucional
- Associações defendem direitos de crianças e adolescentes no STF contra lei que censura a Parada LGBTQIA+
- CNJ proíbe discriminação de pessoas LGBTQIA+ na adoção, guarda e tutela
- Enquanto aguarda nomeação de Lula, PGR interina defende direitos de travestis e transexuais presas
- Como ser um aliado de pessoas trans sem invisibilizar e protagonizar seu papel
- Crivella deixa cariocas sem remédio para tratamento da AIDS
- Ex-empresário de Dudu Camargo diz que apresentador quer mudar imagem de gay assediando mulheres
- World Athletics diz que atletas trans não podem ser proibidos de competir em SP
- Assexualidade gera dúvidas e polêmica entre LGBTs
- Quadrinho do Chico Bento mostra conceito de família com casal gay
- Japão testa drogas anti-HIV contra coronavírus em meio a aumento de casos
- Homofobia: professor é espancado e torturado por horas após ter vídeo íntimo vazado
- Coronavírus: precisamos nos alarmar no carnaval? Dr. Maravilha explica
- Presidente Bolsonaro veta propaganda do Banco do Brasil que investia em diversidade
- Professor de Direito do interior da Paraíba é novo Colunista do Observatório G
- Sair do armário, qual o real significado ?
- Matheus Ribeiro é pré-candidato a prefeitura de Goiânia
Imagens da câmera de segurança do estabelecimento mostram o momento que a jovem sofreu as agressões e não revidou. Nas primeiras cenas do vídeo, ela entra na lanchonete e caminha para trás como se tentasse fugir dos agressores que adentram o recinto logo em seguida.
Primeiro, Jéssica é atingida com socos e pontapés. Um dos homens parece estar com uma pedra na mão, enquanto outro segura um pedaço de pau. O grupo sai da loja, mas logo voltam para dar continuidade à sessão de pancadaria utilizando cadeiras da área de alimentação.
Ao G1, a vítima contou que o motivo para o ataque teria sido transfobia. Ao esbarrarem, o grupo gritou xingamentos e tentou assaltá-la. “Um deles pediu minha bolsa, e eu disse que não iria passar. Aí, ele começou a me ameaçar, disse que ia me dar um tiro”, relatou acrescentando que entrou na lanchonete para despistá-los.
Leia Mais:
Ancine reserva cotas para diretoras transgêneros em produções independentes
Travesti Elvira é morta a facadas no Ceará
Ninguém que estava presente no local no momento das agressões tentou impedir a violência. Uma atendente afirmou que se escondeu por medo e as imagens ainda mostram que ela tentou conversar com um dos agressores quando Jéssica saiu do restaurante.
O caso foi registrado na 12ª Delegacia de Polícia de Taguatinga. Porém, a investigação deve ficar com a 17ª DP. Ninguém foi preso até o momento. Apesar da queixa como tentativa de roubo, Jéssica alega ter certeza que sofreu discriminação. “Eles estavam me provocando. Não fizeram questão da bolsa. Falavam para eu virar homem e tomar vergonha na cara”, disse.
Ela ainda temeu ser assassinada e chegou a comparar a ação com o caso da travesti Dandara dos Santos, morta de forma brutal com espancamento e pedradas no ano passado, em Fortaleza. “Quando começaram a me bater, pensei na Dandara na mesma hora. Tive medo de acabar como ela.”