Seis meses após denunciar oficiais do 39º Batalhão da Polícia Militar de São Paulo, por perseguição, tortura e homofobia, o soldado do Adriell Rodrigues Alves da Costa, de 35 anos, foi expulso da corporação. A decisão foi publicada no Diário Oficial e ele afirmou estar com medo de ser morto.
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Em um vídeo publicado em setembro que viralizou nas redes sociais, o agora ex-militar alerta para episódios discriminatórios que aconteciam no quartel. “Se algo acontecer com a minha vida, com a minha integridade física, a responsabilidade é do comandante do batalhão, da Polícia Militar e do Estado, que nada fizeram para apurar as minhas denúncias”, relatou nas imagens.
Apesar da acusação, a PM afirma que o afastamento de Costa não tem ligação com o post, e sim por cometer uma “transgressão disciplinar de natureza grave”. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele acabou agredindo uma equipe de saúde, além de outros policiais durante uma avaliação clínica.
Em entrevista ao G1, o ex-soldado se mostrou indignado com o seu desligamento da corporação. “Fiquei dentro da minha casa esperando atendimento médico durante oito dias. Eu ia entrar em deserção. Me convenceram a ir dizendo que eu ia para São Paulo. Era mentira”, revelou acrescentando que ficou preso por 34 dias, vítima de um crime forjado, segundo ele.
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O servidor também contou que era obrigado a trabalhar em condições delicadas de saúde, pois os seus superiores não aceitavam os atestados médicos que apresentava, além de não receber o seu salário desde novembro de 2017. “Eles me faziam trabalhar engessado e medicado, pois meus laudos não valiam”, relatou. “A cúpula da instituição nomeou um sargento [para defendê-lo] que é subordinado aos tiranos que me perseguiram e torturaram.”
“A PM destruiu a minha vida. Temo pela minha integridade física. Temo que me matem para calar todo o mal que me fizeram. Eles provaram que não têm escrúpulos algum. Se alguma coisa acontecer comigo, foi o Estado de São Paulo e a Polícia Militar que fizeram mal”, completou.